Farmacoterapia da obesidade e os riscos associados : uma revisão integrativa

Abstract

A obesidade é uma enfermidade de alcance global que impõe sérios riscos à saúde. Seus mecanismos desencadeiam notáveis alterações metabólicas e estão associados a uma série de doenças decorrentes do excesso de peso, tornando-se um grave problema de saúde pública. Milhões de indivíduos sofrem as consequências do excesso de peso, que incluem não apenas impactos psicológicos, endócrinos, cardiovasculares e musculoesqueléticos, mas também um aumento significativo na morbidade. O tratamento da obesidade é uma alternativa crucial para lidar com essas mudanças corporais, envolvendo tanto abordagens não farmacológicas quanto farmacológicas. Os medicamentos têm desempenhado um papel importante no processo de emagrecimento, muitas vezes em conjunto com outras estratégias complementares, como a prática de exercícios físicos e a modificação do comportamento alimentar. No entanto, o uso de medicamentos anorexígenos apresenta riscos consideráveis, representando um desafio significativo no manejo da obesidade. Portanto, são necessárias investigações mais profundas para compreender completamente os mecanismos de ação desses medicamentos, bem como avaliar aspectos como eficácia, posologia, efeitos adversos e contraindicações. Nesse contexto, este trabalho se propôs a reunir informações por meio de uma revisão integrativa da literatura, com o intuito de esclarecer os principais aspectos relacionados à utilização de emagrecedores no tratamento farmacológico da obesidade. A princípio foi estabelecida a questão norteadora da pesquisa “Quais os riscos descritos na literatura associados ao uso de medicamentos para o tratamento da obesidade?”, utilizando de critérios de elegibilidade: artigos publicados nos últimos 10 anos (entre 2013 e 2023); idiomas: português ou inglês; estudos clínicos realizados em adultos; excluindo-se trabalhos que não abordassem a terapia medicamentosa da obesidade; trabalhos que não atendessem aos objetivos da revisão; trabalhos com duplicidade; monografias, teses, dissertações e revisões da literatura. A averiguação da literatura foi realizada nas bases de dados Pubmed e Biblioteca Virtual em Saúde, no período de julho a agosto de 2023. Foram identificados 639 artigos disponíveis na íntegra, publicados nos últimos dez anos. A seleção dos estudos foi realizada baseada nos critérios de elegibilidade e exclusão estabelecidos, em que treze foram incluídos nesta revisão integrativa. Os artigos selecionados são de seis países diferentes, tornando a análise mais ampla. Foram encontrados diversos tipos de efeitos adversos, dentre eles, os mais relatados são os efeitos gastrointestinais leves a moderados. Pode-se concluir que a farmacoterapia da obesidade é passível de efeitos adversos que podem desencadear efeitos prejudiciais para o organismo, além de que não é considerada como uma solução definitiva para o tratamento obesidade. Para eficácia do tratamento, faz-se necessário uma reeducação alimentar combinada com a prática regular de exercícios físicos. A terapia farmacológica para tratar a obesidade tem potenciais efeitos adversos relacionados à classe de medicamentos usados, requer ajuste de doses para reduzir esses efeitos, especialmente em grupos diversos de pacientes. O uso inadequado desses medicamentos pode causar efeitos prejudiciais, variando de leves a graves, e pode piorar condições de saúde existentes.