Validação da análise de ametoctradina em método multirresíduo de agrotóxicos por cromatografia líquida de ultra performance e espectrometria de massas em tandem (UPLC-MS/MS)

Abstract

Um dos maiores desafios da agricultura atual são os fungos. Eles são capazes de causar diversas doenças na grande maioria das culturas atuais que, quando não matam a planta, reduzem sua produtividade. Esse é um grande problema já que a população mundial vem aumentando cada vez mais. Por este motivo, o uso de fungicidas tem se tornado quase que obrigatório. Por outro lado, os cuidados com o uso de defensivos agrícolas devem ser tomados, pois vários estudos já atrelaram seu uso a riscos para a saúde humana. Geralmente esse contato se faz pela exposição crônica da população com os resíduos de agrotóxicos nos alimentos. Nesse sentido, a cada dia novos defensivos menos agressivos são desenvolvidos pelos cientistas. Assim surgiu a Ametoctradina, um fungicida de uso foliar desenvolvido pela empresa BASF em 2010. Este trabalho tratou da validação da análise da Ametoctradina dentro de um método multirresíduo de agrotóxicos de acordo com as diretrizes do SANTE/12682/2019 no Laboratório de Agrotóxicos e Contaminantes em Alimentos e Bebidas Alcoólicas (LABTOX) do Instituto de Tecnologia de Pernambuco (ITEP). A fragmentação do padrão analítico de ametoctradina foi realizado com sucesso e o par de massas 276.2>176,0 foi escolhido como transição de quantificação e o par 276.2>149,0 como transição de confirmação. As amostras fortificadas no nível de 0,01 mgKg-1 das 3 matrizes representativas utilizadas se mantiveram dentro das especificações de validação, apresentando uma concentração média de 0,0088 mgKg-1, 0,0087 mgKg-1 e 0,0082 mgKg-1 para a uva, manga e feijão, respectivamente. Estes resultados de cada matriz não apresentaram variação maior que 20% entre eles, garantindo assim a validação da análise. Durante o período de estudo, 40 amostras vindas de Petrolina, em Pernambuco, foram positivas para a ametoctradina. Elas foram, em sua grande maioria, amostras de uva e apresentaram uma concentração média de 0,13 mgKg-1. Outros fungicidas também foram analisados, mas somente o Dimetomorfe apareceu em 100% das amostras, indicando que ele faz parte da formulação utilizada em Petrolina. A presença de outros fungicidas foi atrelada à crescente resistência dos fungos para os defensivos agrícolas.