Criptoativos : um estudo acerca do tratamento contábil adotado por empresas listadas na Securities and Exchange Commission – SEC

Abstract

A busca por novas formas de ganhos levou diversas entidades à aquisição de Criptoativos, reproduzindo a necessidade de compreensão do tratamento contábil adequado a estes Ativos. Desta forma, o presente estudo investigou a convergência entre a proposta de taxonomia apontada pela literatura e órgãos normativos em contabilidade sobre Criptoativos, com a prática contábil adotada por algumas empresas norte-americanas que publicam relatórios financeiros anuais na Securities and Exchange Commission – SEC, durante os períodos de 2020 a 2022. Este trabalho realizou uma análise de relatórios financeiros através do emprego da técnica bag- of-words na distinção de evidências de operações em Criptoativos. Foram analisadas 9 entidades que possuíam registro de operações com Criptoativos, as quais apontaram contabilizações em relatórios financeiros anuais como Ativos Caixa e Equivalentes de Caixa, Intangíveis, Despesas Antecipadas, Clientes e Recebíveis e Ativo/Passivo de Custodiante, com mensurações por meio do Custo Histórico, Custo Amortizável e Valor Justo, além da realização de Teste de Imparidade em alguns casos. Em geral, as finalidades de aquisição foram para detenção, revenda, meio de pagamento, atuação como custodiante, empréstimos obtidos e/ou concedidos a terceiros, dentre outras. Após esta análise, foi realizada uma discussão sobre os apontamentos da literatura e a propositura de uma taxonomia contábil relacionada à literatura existente. Os resultados encontrados permitem apontar que o tratamento contábil adotado pode ser inconsistente daquele praticado pela literatura contábil sobre o tema e em relação aos órgãos normativos de contabilidade, resultando em informações financeiras sem uniformidade. Como destaque, foi apontada uma proposta de reconhecimento às Criptomoedas que são detidas no curto prazo com a finalidade de liquidação imediata. Entre as limitações de pesquisa, destaca- se o baixo número de entidades investigadas. Estudos futuros podem avançar ampliando o número de empresas investigadas e o período de análise ou focando em segmentos específicos com o objetivo de analisar a convergência contábil.