Avaliação do desenvolvimento dos dentes segundos molares em imagens radiográficas panorâmicas na estimativa da idade

Abstract

Este trabalho teve como objetivo avaliar a correlação entre o grau de desenvolvimento dos dentes molares permanentes e a idade cronológica e validar as respectivas fórmulas de regressão em uma subpopulação do Nordeste do Brasil. Foram selecionadas quinhentas e noventa e cinco imagens radiográficas panorâmicas de indivíduos entre 4 e 16 anos de idade dos estados de Pernambuco, Paraíba e Ceará. As imagens foram salvas em formato JPEG e avaliadas individualmente pelo mesmo examinador. A análise da relação entre estágio de calcificação de Demirjian et al., idade cronológica, sexo e dente foi avaliada por meio de modelo de regressão linear múltipla, sendo a idade uma variável resposta. T-Student com variâncias iguais, t-Student com variâncias desiguais ou Mann-Whitney compararam a idade entre os sexos por dente e estágio de calcificação. A normalidade foi verificada pelo teste de Shapiro-Wilk e a igualdade de variâncias pelo teste Levene F. Para validar as regressões, o examinador avaliou uma amostra de outras 98 imagens radiográficas panorâmicas nas quais foi avaliada a diferença média entre a idade cronológica e a idade estimada (MAE), o coeficiente de correlação de concordância (CCC) e a análise de Bland-Altmann. Todos os testes utilizaram nível de significância de 0,05. O sexo masculino apresentou valores superiores ao feminino em quase todas as fases. Só foi possível correlacionar a idade cronológica com o desenvolvimento dos dentes molares a partir do estágio B, aos 4,32 anos. No geral, houve um aumento de 1,45 anos entre cada etapa e mais 0,24 anos para o sexo masculino. Os modelos de regressão mostraram 84% de chance de predizer a idade cronológica na amostra estudada. Houve correlação moderada a perfeita entre a idade cronológica e a estimada pelas fórmulas de regressão, com MAE variando de 0,87 a 0,93, superestimando e subestimando até dois anos de idade. Em conclusão, a avaliação do desenvolvimento dos segundos molares pelo método de Demirjian et al. (1973) pode ser aplicada para estimar a idade cronológica de nordestinos brasileiros com idade entre 4 e 16 anos. As fórmulas de regressão demonstram boa eficácia na predição da idade, pois apresentam forte correlação entre a idade estimada e a cronológica e diferença média entre a idade cronológica e a estimada próxima de zero.