Avaliação do tratamento da leishmaniose tegumentar e visceral em humanos : uma revisão narrativa

Abstract

As leishmanioses são doenças causadas por protozoários do gênero Leishmania spp, essa patologia é transmitida através de um vetor flebotomíneo fêmea, que por meio da picada inocula o parasito no organismo do hospedeiro. Dependendo da relação parasita-hospedeiro a leishmaniose pode apresentar-se de diferentes formas clínicas, sendo: a leishmaniose tegumentar (que se subdivide em cutânea, mucocutânea, cutânea difusa e disseminada) e leishmaniose visceral, também conhecida como calazar. Por causa das variadas manifestações clínicas dessa doença o seu diagnóstico é complexo, atualmente alguns exames laboratoriais são utilizados, sendo a pesquisa do parasito o padrão-ouro para todas as formas de leishmaniose. Até o momento não existem vacinas ou profilaxias farmacológicas para o combate das leishmanioses, desta forma, as opções de abordagem são majoritariamente medicamentosas, sendo utilizados cinco fármacos: os Antimoniais Pentavalentes (antimoniato de meglumina, estibogluconato de sódio), Anfotericina B (deoxicolato de sódio, lipossomal), Miltefosina, Pentamidina e Paramomicina. Entretanto, essa terapia enfrenta diversas problemáticas, posto que, todas as opções citadas apresentam limitações importantes, como a difícil administração, alta toxicidade, baixa eficácia terapêutica e o alto custo de aquisição, esses fatores contribuem para a baixa adesão ao tratamento por parte dos pacientes. Sendo assim, destaca-se a necessidade do desenvolvimento de novas estratégias que possam solucionar as problemáticas das drogas tradicionais, proporcionando maior expectativa e qualidade de vida das populações acometidas por essa enfermidade. Na metodologia deste estudo foram realizadas buscas nas plataformas científicas PubMed e ScienceSirect com os descritores “drug”, “treatment”, “leishmaniasis”, “humans” e a combinação de “leishmaniasis and treatment anda humans”, posteriormente os artigos encontrados passaram por uma análise, baseada nos critérios de inclusão e exclusão previamente estabelecidos. Como resultados foi possível observar que algumas abordagens têm sido utilizadas, com a intenção de otimizar a eficiência dos tratamentos, como: o reposicionamento de fármacos, novas formulações de drogas já conhecidas, intervenções físicas (crioterapia, termoterapia, laser de CO2), terapias multimedicamentosas. Entretanto, apesar dos diversos protocolos relevantes, as drogas antigas ainda são as mais aplicadas no combate às leishmanioses e atualmente a terapia combinada é a forma mais adequada de contornar as problemáticas do tratamento desta doença. Nos casos de LC, a combinação de uma intervenção física com um fármaco de uso sistêmico tem obtido excelentes resultados, e na LV a anfotericina B continua sendo a melhor opção disponível, apesar do seu alto custo. Ainda assim, mais esforços devem ser aplicados na realização de ensaios clínicos robustos, para avaliar as potenciais abordagens terapêuticas mais promissoras buscando opções mais acessíveis e eficazes dentro da realidade da população afetada.