Prevalência de sobrepeso e obesidade em pacientes atendidos na clínica escola de uma universidade pública do estado de Pernambuco

Abstract

A obesidade é uma condição complexa, influenciada por fatores genéticos, fisiológicos, ambientais e psicológicos, resultando no acúmulo excessivo de gordura no corpo. A importância da determinação do sobrepeso e da obesidade reside na influência direta no risco de morbimortalidade, realçando a necessidade de realizar diagnósticos nutricionais para subsidiar políticas de saúde e nutrição. Esse estudo tem por objetivo analisar a prevalência de sobrepeso e obesidade entre os pacientes atendidos na clínica escola de uma universidade pública do estado de Pernambuco. Realizou-se, um estudo descritivo e analítico transversal retrospectivo, realizado com dados secundários obtidos de Formulários de Avaliação Nutricional utilizados nos atendimentos e acompanhamentos da Clínica Escola de Nutrição do Centro Acadêmico de Vitória na Universidade Federal de Pernambuco (CAV-UFPE). Foram coletadas informações referentes aos dados sociodemográficos e econômicos, para fins de caracterização da amostra, e dados de estilo de vida como tabagismo, consumo de álcool, atividade física e comorbidades, além de medidas antropométricas. A construção do banco de dados foi realizada no Excel e todas as análises foram efetuadas com uso do software SPSS versão 13.0 para Windows (SPSS Inc., Chicago, IL, USA). Para a verificação de associações entre as variáveis categóricas foi utilizado o teste de qui-quadrado. Adotou-se o valor de p<0,05 para constatação de significância estatística. A amostra foi composta por 300 pacientes, todos residentes no Estado de Pernambuco, sendo 73,3% do sexo feminino, 65% com a faixa etária entre 25 - 59 anos, 42,7% com renda familiar per capita acima de 2.000 reais, 66,9% residiam com até três pessoas na mesma casa, 89,9% da amostra não fumavam, 61,9% não consumiam bebidas alcoólicas, 52,6% eram sedentários, 28,9% apresentava hipertensão arterial e 25,0% constipação. Analisando os dados antropométricos, 28% da amostra apresentava sobrepeso e quando foi agrupado as categorias de obesidade (Grau 1, 2 e 3) foi observado que 52,4% eram obesos segundo os valores de IMC; pela circunferência do pescoço 35,1% apresentava obesidade, pela razão cintura-quadril (RCQ) 40,9% apresentava indicativo para desenvolvimento de risco cardiovascular, pela circunferência do braço 34,6% eram obesos, pela dobra cutânea triciptal 38,6% apresentava obesidade e 41,3% com o percentual de gordura classificado como muito elevado. Foram analisadas as associações entre o estado nutricional e as variáveis sexo, faixa etária, renda familiar mensal, número de pessoas no domicílio, tabagismo, consumo de álcool, atividade física e comorbidades. Entretanto as associações significativas foram encontradas apenas entre obesidade e a faixa etária adulta (25-59 anos), sedentários e hipertensos (p=0,000). Estes achados ressaltam que os pacientes de um ambulatório de nutrição são reflexo do aumento da prevalência de obesidade na população e realçam a relevância da condução de estudos similares, cujas conclusões podem embasar a formulação de abordagens preventivas e de controle.