Comparação entre a radiografia periapical digital e a tomografia computadorizada de feixe cônico na mensuração de defeitos interproximais ao redor de implantes de zircônia

Abstract

A detecção precoce da perda óssea interproximal é fundamental para o planejamento do tratamento e prognóstico dos implantes dentários. O objetivo neste trabalho foi avaliar a precisão de diagnóstico da radiografia periapical digital (RPD) e tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) na identificação e mensuração de defeitos ósseos interproximais ao redor de implantes de zircônia. Para isso, foi utilizando 1 implante de zircônia em região posterior de uma mandíbula humana seca, e confeccionados 10 defeitos interproximais (mesial e distal) na região cervical do implante. As imagens tomográficas foram adquiridas utilizando o aparelho i-CAT Next Generation (120 kVp, 5mA, campo de visão de 8cm, voxel de 0,25mm e 26,9 segundos), enquanto as radiografias periapicais digitais foram obtidas com placa de fósforo do sistema digital Express®, 70 kV e 1mAs. Dois radiologistas orais, previamente treinados, avaliaram cegamente todas as imagens (faces mesial e distal dos implantes) e classificaram como defeito presente ou ausente. Quando um defeito era encontrado, a ferramenta de mensuração do próprio software foi utilizada, para fornecer a medição linear quantitativa em milímetros. Os dados foram tabulados e avaliados estatisticamente pelo teste qui-quadrado com nível de significância de 5%. Foi possível observar que a detecção do defeito na radiografia periapical digital foi semelhante ao padrão ouro (p=0,06), enquanto a TCFC apresentou diferença estatisticamente significativa (p≤0,05). Quando comparadas entre si, não houve diferença significativa na detecção (p=0,35) e mensuração (p=0.69) dos defeitos ósseos. Conclui-se que apenas a RPD é semelhante ao padrão ouro na detecção dos defeitos ósseos. A TCFC e a RPD apresentam desempenho semelhante na detecção e mensuração de defeitos peri-implantares interproximais.