Efeitos do árbitro de vídeo no número de cartões amarelos, cartões vermelhos e gols nos campeonatos brasileiros da série A

Abstract

O objetivo deste estudo foi analisar e comparar as possíveis mudanças causadas pelo Árbitro de Vídeo (VAR – Vídeo Assistant Refereer) no número de penalidades (cartões amarelos e cartões vermelhos) e gols para equipes mandantes e visitantes, motivo do cartão amarelo e grau de expulsão nos jogos dos Campeonatos Brasileiros da Série A das edições de 2017 e 2018 (sem a presença do VAR) com as edições de 2019 e 2020 (com a presença do VAR). Os dados foram coletados através da leitura da súmula de todos os 1520 jogos das temporadas analisadas, anotados de maneira manual e para a análise estatística foi usado o teste ANOVA One-Way. A média de cartões amarelos sem o VAR foi de 816 ± 32 e 945,5 ± 3,5, com a presença do VAR, os valores foram de 800 ± 22 e 801 ± 18. A média de cartões vermelhos sem o VAR foi de 36,5 ± 1,5 e 52,5 ± 10,5, já nas edições com o VAR, esses valores foram 41,5 ± 7,5 e 60 ± 4. Sem a presença do VAR, o número de gols marcados foi de 525 ± 0,5 e 349,5 ± 47,5, nas duas edições seguintes esses valores foram de 530,5 ± 5,5 e 379,5 ± 28,5. O total de cartões amarelos por toque de mão intencional teve média de 16 ± 4 sem a presença do VAR e 8 com o VAR. Quando o toque de mão foi para tentar marcar um gol, os valores médios foram de 5 ± 1 sem o VAR, e 2 ± 1 com o VAR. Amarelos por simulação de falta representavam 9,5 ± 1,5 nas temporadas de 17-18 e 2 ± 1 nas edições de 19-20. Cartão amarelo por reclamação contra a decisão da arbitragem teve média de 212 ± 15 nas duas edições que antecederam o VAR e 262 ± 11 nas duas seguintes. Em relação ao número de cartões vermelhos sem a presença do VAR, 37,5 ± 1,5 foram provenientes de segundo amarelo e 52 ± 10 por expulsão direta, após a inserção da tecnologia, os valores foram de 45 ± 9 e 78,5 ± 14,5 respectivamente. Concluímos que o VAR acarretou mudanças significativas na redução do número de cartões amarelos para equipes visitantes, assim como no número de advertências por toque de mão intencional, simulação de falta e um aumento por reclamação com membros da arbitragem. Os outros parâmetros analisados no estudo não sofreram mudanças consideráveis.