Reginalidade (queenship): estratégias de manutenção do poder régio feminino em Mary Stuart

Abstract

O presente trabalho analisa as estratégias adotadas pela rainha da Escócia, Mary Stuart, para a manutenção do seu poder régio entre os anos de 1542 e 1567. Por meio de uma pesquisa bibliográfica, juntamente com a análise documental de suas cartas disponibilizadas na coletânea Queen Mary's Book: a Collection of Poems and Essays by Mary Queen of Scots, editada por Philip Stewart Mackenzie Arbuthnot (1907), foram identificadas as principais estratégias utilizadas pela rainha para manter-se no poder, apesar das inúmeras tentativas de dominação masculina. Para esta análise, foi necessária a compreensão do contexto social, político e religioso da Escócia do século XVI, juntamente com as questões de gênero muito discutidas durante sua regência. Dentre as estratégias identificadas, destacam-se a instrução formal, o uso do casamento para a formação de alianças políticas juntamente com a maternidade para a manutenção da sua dinastia. A partir do método comparativo, proposto por José D’Assunção Barros e Jürgen Kocka, é possível identificar as distinções entre as táticas utilizadas por Mary e sua prima Elizabeth, trazendo resultados que demonstram que as estratégias adotadas por Mary foram cruciais para a manutenção da sua dinastia.