Um olhar sobre o protagonismo negro na HQ Angola Janga e suas contribuições para o ensino de História, alinhadas à Lei nº 10.639/03

Abstract

O artigo tem o propósito de discutir e problematizar, no âmbito educacional, o racismo estrutural vigente na sociedade brasileira, a fim de promover uma educação histórica crítica e antirracista alinhada à Lei 10.639/03 através da lógica da Pedagogia do Conflito e do Multiculturalismo crítico em detrimento do negacionismo do racismo estrutural e da Pedagogia do Consenso que, presente em currículos prescritos como a BNCC, tende a buscar uma neutralidade na prática educativa, suavizando os conflitos e temas traumáticos da história do nosso país, reforçando, assim, a tradição hegemônica e estereriotipada a qual a história da África e da escravização fora narrada durante séculos. Desse modo, o trabalho buscou explorar a capacidade da HQ, Angola Janga, de Marcelo D’Salete - enquanto mídia - como ferramenta pedagógica e fonte histórica no ensino e aprendizagem de História nos anos finais do Ensino Fundamental 2 e Ensino Médio a favor de uma visão contra-hegemônica no tocante às resistências dos africanos à escravização no final do século XVII, no Quilombo dos Palmares. Para a construção desse trabalho, foi utilizada uma análise de bibliografias relacionadas ao tema juntamente com a análise de seções da HQ Angola Janga, de Marcelo D’ Salete, valendo-se da metodologia semiótica de Antônio Luiz Cagnin. O trabalho contribui com a aplicabilidade da lei 10.639/03 em se tratando da valorização do legado africano no enfrentamento do racismo estrutural no Brasil através da óptica dos subalternos.