Hábitos orais deletérios e comportamento infantil: uma revisão integrativa da literatura

Abstract

Hábitos orais ou bucais são considerados deletérios, quando podem levar a implicações negativas no crescimento craniofacial e na oclusão dentária do indivíduo. Iniciam-se, principalmente na infância e,apesar da etiologia multifatorial envolvida, variáveis relacionadas ao comportamento e às emoções merecem destaque. O objetivo deste estudo foi avaliar a relação entre os hábitos orais deletérios e o comportamento infantil. Desenvolveu-se uma revisão integrativa da literatura baseada no modelo PRISMA e a partir da pergunta condutora: - Há evidências científicas de que existe relação entre os hábitos orais deletérios e o comportamento infantil? Houve a busca exploratória nos portais virtuais da PubMed, da BVS e da SciELO, adotando-se os descritores em saúde ou termos MeSH: “crianças”,hábitos bucais deletérios”, e “comportamento infantil”, nas versões em português, em inglês e em espanhol, sem limite de tempo quanto à época da publicação. Adotaram-se os operadores booleanos “AND”, “OR” e “NOT”, além dos critérios de inclusão e exclusão, no processo de seleção dos estudos. A partir de 114 registros, quatro trabalhos elegíveis foram incluídos. Concluiu-se que, embora seja enfatizada a importância dos aspectos comportamentais e psicológicos na prevalência de hábitos orais deletérios entre crianças, ainda há lacunas de evidências científicas fortes sobre o tema. A depressão e os níveis de resiliência mais baixos em crianças estiveram associados à presença de hábitos orais deletérios, assim como atitudes punitivas a um aumento na prevalência desses. Houve controvérsias sobre a relação entre ansiedade e a presença de hábitos orais deletérios em crianças.