Literaturas marginais periféricas dentro da aula de literatura: perspectivas, abordagens e caminhos

Abstract

Embora seja algo prescrito pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a presença das literaturas que habitam as margens do eixo canônico ainda é algo raro de se presenciar na sala de aula. A aula de literatura, por vezes, ainda se encontra engessada e presa unicamente nas raízes históricas da literatura canônica, sem observar a sua dinâmica viva e atual. O presente trabalho pretende atualizar essa discussão ao ressaltar a importância da presença de literaturas marginais, pretas, periféricas dentro da aula de literatura, observando a sua potência poética e reflexiva, assim como sua força motriz capaz de destruir estigmas sobre este meio social, a fim de que estes lugares possam ser vistos com criticidade, afeto e resistência. Amparado pelos estudos de Spivak (1942), Heloísa Buarque de Hollanda (1984), Antonio Cândido (2004) e na observância de vozes dessa literatura como Férrez (2002;2005) e André Medulla (2019), pretende-se a abertura de caminhos e encruzilhadas de possibilidades de abordagens desses textos em sala de aula, pensando no processo de humanização de seus autores, da sua literatura e os públicos as quais ela se destina.