Intoxicação por glifosato em crianças: uma revisão da literatura

Abstract

O Glifosato (Gli) é o ingrediente ativo (IA) presente na formulação de diferentes herbicidas desde 1974 dos quais se destacam quatro tipos: Glifosato-isopropilamônio, Glifosato-sal de dimetilamina, Glifosato-sal de potássio e Glifosato-sal de amônio. O mesmo é um herbicida não seletivo, sistêmico, pós-emergente amplamente utilizado em todo o mundo destinado a matar ervas daninhas monocotiledôneas e dicotiledôneas devido à sua elevada eficiência. Tem aplicabilidade em agrotóxicos, mas também é destinado ao uso não ocupacional em áreas urbanas e domésticas compondo fórmula de produtos domissanitários e em jardinagem. O glifosato tem como metabólito primário o ácido aminometilfosfônico (AMPA) o qual é amplamente dosado em solos, água, plantas, alimentos e amostras biológicas. Em se tratando de humanos, os indicadores biológicos os quais determinam o Glifosato ou AMPA são dosados em amostras de urina, sangue e cabelo, de modo especial na exposição de trabalhadores para fins de monitoramento. Outro grupo que pode estar exposto ao glifosato é o das crianças. Desta forma o objetivo deste trabalho é avaliar a intoxicação por glifosato em crianças abordando toda uma estrutura de pesquisa relacionada ao assunto. Para isto, foi realizada uma revisão da literatura nos bancos de dados “ScienceDirect”; “Scientific Electronic Library Online (SCIELO)”; “Periódicos Capes”; “Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS)” e “Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE)” via Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), com a finalidade de aprofundar os conhecimentos acerca do tema. Os resultados obtidos demonstram que os efeitos tóxicos nas crianças não estão totalmente claros, mas efeitos renais e neurológicos podem ser observados. Os principais marcadores laboratoriais são o glifosato e o AMPA, dosados na urina de crianças. Também foi observado que a dieta pode influenciar nos marcadores laboratoriais e que em geral as crianças das zonas rurais são as mais afetadas. Concluímos que com a presença de resíduos de agrotóxicos nos alimentos e a exposição das crianças em zonas rurais aos agentes químicos, ocorreu maiores riscos de diversas patologias, porém dependendo do tempo de exposição dos indivíduos aos mesmos.