Prevalência de lesões orofaciais em pacientes adultos atendidos em um centro de especialidades odontológicas localizado no município de venturosa-PE: estudo transversal

Abstract

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), no ano de 2020 o câncer oral ocupou a quinta posição dentre os cânceres mais prevalentes no sexo masculino e a décima terceira posição no sexo feminino. O carcinoma epidermoide corresponde a cerca de 95% dos casos de câncer oral. Por outro lado, no Brasil as neoplasias malignas cutâneas são as mais prevalentes, especialmente o câncer de pele não melanoma, representado pelos carcinomas basocelular e espinocelular. O objetivo da pesquisa foi compreender a prevalência e epidemiologia do câncer de cavidade oral e face na população estudada. Trata-se de um estudo observacional transversal, no qual foi avaliada a prevalência de câncer de boca e face e os aspectos clínicos e sociodemográficos associados ao diagnóstico das lesões em pacientes atendidos no Centro de Especialidades Odontológicas Maria Salete da Costa, localizado no interior pernambucano. Dos 116 indivíduos que participaram desse estudo, 51,72% (n=60) da amostra tinham problemas dentários, 35,34% (n=41) apresentaram lesões em face, 7,75% (n=9) demonstraram lesões localizadas em boca, 5,17% (n=6) procuraram o serviço devido à disfunção da articulação temporomandibular ou outro problema. No tocante às lesões orofaciais, a distribuição por sexo demonstrou prevalência de 60,0% em mulheres e 40,0% em homens. A análise por cor da pele constatou que 58% dos indivíduos eram leucodermas e 42% melanodermas. 56,0% dos voluntários identificavam-se como agricultores. Não foi diagnosticado nenhum caso de neoplasia maligna intraoral, mas identificou-se uma lesão em lábio com potencial de malignização, a queilite actínica. Tratando-se isoladamente das lesões em face, 14,63% foram representadas pelo carcinoma basocelular e 26,82% pelo nevo melanocítico. Sendo assim, este estudo demonstrou uma maior prevalência de lesões faciais em relação às orais, o que pode ser explicado pelo alto índice de exposição desprotegida à radiação solar pela amostra. Não foi observado nenhum tipo de câncer oral. Dentre as lesões faciais detectadas, o carcinoma basocelular e o nevo melanocítico merecem destaque. Enfatiza-se, assim, a necessidade de medidas preventivas efetivas direcionadas para grupos de maior risco associado, a fim de reduzir a prevalência de lesões orofaciais e garantir melhor qualidade de vida para a população.