Estratégias arquitetônicas de adequação climática no sertão nordestino: projeto para um novo centro administrativo em Petrolina-PE.

Abstract

O município de Petrolina está localizado no sudoeste pernambucano e tem uma população de quase 400 mil habitantes, segundo a prévia do Censo Demográfico de 2022, do IBGE. Sendo natural da cidade e observando o seu desenvolvimento, foi possível perceber a padronização das novas construções, seguindo moldes internacionais e tomando partido de uma arquitetura distante das necessidades locais, repletas de grandes janelas desprotegidas e painéis envidraçados, que se configuram como elementos inadequados ao clima semiárido – quente e seco – presente no munícipio. Essa feição pode ser observada no edifício da Reitoria e em outros da Universidade Federal do Vale do São Francisco, além de novas construções empresariais e residenciais. Para criar um arcabouço teórico de estratégias que possibilitem propor construções adequadas ao clima semiárido e torná-las mais conectados ao lugar, buscou-se apoio nas ideias de Armando de Holanda, ao compartilhar, em “Roteiro para construir no Nordeste”, diretrizes sobre como se construir no clima tropical quente e úmido, incidente no litoral. Esse apoio se traduziria em estabelecer um paralelo sobre tais conceitos, adaptando-os para a realidade do clima semiárido, observando também obras inseridas nesse contexto. A fim de que se possa aplicar os conceitos e estratégias reunidas, foi tomado como exercício o estudo preliminar de um novo Centro Administrativo para Petrolina, visto que o munícipio não dispõe de um equipamento que agrupe todas as suas secretarias e autarquias em um só local. Com a busca de um terreno central e de fácil acesso; a relação das demandas da prefeitura, por meio do programa de necessidades; e outras buscas em relação aos materiais locais, sistemas e respostas construtivas já adotadas em casos semelhantes, resultam na intenção de construir a proposta com soluções arquitetônicas adequadas ao tema, ao programa e ao lugar.