Pandemia de Covid-19 e insegurança alimentar em mulheres brasileiras: uma revisão integrativa

Abstract

A pandemia de Covid-19 em 2020, impactou o mundo fortemente. Atividades econômicas e sociais foram interferidas, atingindo com mais intensidade grupos específicos, como as mulheres. Nesse cenário, a insegurança alimentar (IA) também foi evidenciada de forma desigual, afetando mais esse grupo. O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão de literatura acerca do impacto da pandemia da Covid-19 na IA em mulheres brasileiras, analisar os fatores que interferem na IA nesse grupo e identificar estratégias feitas para acessar alimentos. O estudo se tratou de uma revisão integrativa da literatura realizada nas seguintes bases de dados: PUBMED (Publisher Mediline), SCIELO (Scientific eletronic Library Online), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Science Direct. A busca eletrônica foi baseada nos descritores “Food insecurity” AND “ Covid-19 pandemic” AND “women”. A pesquisa foi restringida para o período de 2020 a 2023 nos idiomas inglês, espanhol e português. Permaneceram 5 artigos, sendo todos nacionais. Dos quais, dois eram estudos transversais, um de coorte, um descritivo e um qualitativo. Os estudos mostram que a pobreza foi o principal fator para a presença de IA em mulheres, sendo influenciada pelo desemprego, pela responsabilidade financeira por toda família, baixa escolaridade, condições precarizadas das moradias e falta de saneamento básico. Como forma de resistência, as mulheres criaram redes de solidariedade, a fim de fortalecer as comunidades e garantir a alimentação de toda população próxima. Conclui-se que a IA afeta mais as mulheres, principalmente as chefes de família, com baixa renda e escolaridade, em condições precárias de moradia e beneficiárias de programas de transferência de renda. Os principais fatores que impactaram a IA foram a pobreza e o desemprego, que afetaram de forma desproporcional mulheres durante a pandemia.