Comportamento de homens jovens acerca do uso do preservativo feminino pela parceira

Abstract

Nos homens, o conhecimento acerca do planejamento sexual e reprodutivo tende a ser menor, principalmente ao se tratar dos métodos contraceptivos. Por muitas vezes a mulher é a única responsável pela escolha do método contraceptivo. Torna-se importante, portanto, a realização de estudos que incluam o homem no processo do planejamento sexual e reprodutivo. A partir dos anos 2000, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) junto com o Ministério da Saúde iniciaram a distribuição do preservativo feminino nas redes de atenção à saúde. A instalação tem como efeito promover a autonomia sexual dos casais e uma maior compreensão do corpo feminino. Assim sendo, objetiva-se analisar os comportamentos de homens jovens acerca do uso do preservativo feminino pela parceira. Apesar de ser o método mais efetivo para prevenção de infecções sexualmente transmissíveis e gravidez, ainda é pouco utilizado. Trata-se de um estudo descritivo, exploratório, de abordagem quantitativa, realizado com 174 homens jovens, com idade entre 18 e 29 anos. Os participantes foram recrutados de forma remota (online) por meio de divulgação da pesquisa pela internet. O estudo obedeceu aos preceitos da Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde e Carta Circular nº 1/2021-CONEP/SECNS/MS. O comportamento dos participantes acerca do uso do preservativo feminino pela parceira foi avaliado como “adequada” ou “inadequada”. Observou-se comportamento adequado para cerca de 40,8% dos participantes, significando uma boa visão geral sobre o preservativo, contudo, houve, em algumas questões específicas, comportamentos inadequados, totalizando 59,2%. Quando questionados sobre atitudes como deixar de praticar o ato sexual por falta do preservativo, 5,7% reforçaram que deixou de praticar, 92% não deixou de praticar o ato mesmo com a falta de preservativo e 2,3% deixaram de praticar algumas vezes. 89,7% responderam que a parceira não utilizou o preservativo feminino em sua primeira relação sexual e apenas 10,3% usaram. Conclui-se que o uso do preservativo feminino deve ser incentivado na população jovem, sendo necessário a implementação de ações educacionais que envolvam a participação do homem na escolha desse tipo de método contraceptivo, considerando a saúde sexual e reprodutiva do casal, o conhecimento acerca do método, o uso correto e os principais benefícios.