Uso de sensoriamento remoto para zoneamento de áreas susceptíveis à ocorrência de subsidência do solo e deslizamento de encostas

Abstract

O aumento da população e a urbanização de forma desordenada resultam em diversos problemas no cenário urbano e no meio ambiente, dentre eles pode-se destacar a ocorrência de fenômenos como a subsidência do solo e os deslizamentos de encostas. A utilização de ferramentas eficazes para determinar as áreas mais susceptíveis à ocorrência de tais fenômenos facilita ao poder público a destinação de recursos financeiros e a concentração de esforços de maneira mais assertiva. A metodologia empregada nesta pesquisa busca, com o uso de bancos de dados de livre acesso, ferramentas de geoprocessamento e sensoriamento remoto (SR), a elaboração simplificada e rápida de mapas que apontem as áreas mais susceptíveis aos fenômenos citados. A pesquisa foi realizada considerando a área da cidade do Recife – PE. Nas áreas de planície foi analisada a susceptibilidade à ocorrência do fenômeno de subsidência considerando o uso e ocupação do solo, a concentração de poços em cada bairro e o comportamento dos níveis dos aquíferos. Nas áreas de morro a susceptibilidade ao deslizamento de encostas foi analisada considerando o uso e ocupação do solo, a declividade do terreno e a quantidade de domicílios que fazem o descarte de águas residuais sem utilizar canalizações em cada um dos bairros. Para obtenção de tais dados foram utilizados a Base de Dados do Estado de Pernambuco - BDE, os Estudos Sobre a Disponibilidade e Vulnerabilidade dos Recursos Hídricos Subterrâneos da Região Metropolitana do Recife HIDROREC III, e imagens (do satélite Sentinel-2A e do projeto Topodata). Foram gerados mapas determinando a susceptibilidade das áreas para cada um dos critérios e posteriormente foi utilizado o método da álgebra de mapas. Como resultados foram obtidos dois mapas de mancha, um que determina as áreas mais susceptíveis ao fenômeno de subsidência do solo e outro para o deslizamento de encostas. Para validação dos referidos mapas foram utilizadas publicações científicas e informações registradas nos meios de comunicação local. Observou-se que, diante do baixo custo na elaboração, na rapidez de realização deste processo e na facilidade em se obter os dados, o uso de técnicas de SR e do Sistema de Informação Geográfica (SIG), alinhadas com o uso de bases de dados de livre acesso se mostraram uma tecnologia adequada para investigação da susceptibilidade.