Síndrome metabólica e fatores associados em idosos hipertensos

Abstract

Introdução: A prevalência de doenças crônicas não transmissíveis se eleva conforme o aumento da expectativa de vida. Nesse contexto, destaca-se a síndrome metabólica como conjunto de fatores fisiológicos, metabólicos, bioquímicos e clínicos que resultam no aumento do risco cardiovascular. A avaliação de síndrome metabólica em idosos constitui importante fator para monitoramento e melhor prognóstico nesse grupo populacional. Objetivo: Avaliar frequência de síndrome metabólica e fatores associados em idosos hipertensos. Metodologia: Estudo observacional, do tipo transversal, composto por idosos hipertensos, atendidos na Clínica de Hipertensão do serviço de cardiologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco. Foram analisadas variáveis características sociodemográficas, antropométricas, nutricionais, bioquímicas e de estilo de vida. Para diagnóstico de síndrome metabólica adotou-se os critérios do IDF, foi considerado a adiposidade central associada a dois dos componentes: hipertrigliceridemia, níveis reduzidos de HDL-c, hipertensão arterial e hiperglicemia de jejum. O software SPSS versão 20.0 (SPSS INC., Chicago, Estados Unidos) foi usado para análise estatística. Utilizou-se o teste Kolmogorov-Sminorv para avaliar a homogeneidade de distribuição das variáveis contínuas. Para comparar as proporções entre variáveis categóricas binárias, foi utilizado o teste quiquadrado de Pearson; e para comparar variáveis binárias com variáveis categóricas não-binárias ordinais foi realizado o teste U de Mann-Whitney. Adotou-se 5% como nível de significância. Resultados: Foram avaliados 281 idosos hipertensos, 73,7% do sexo feminino e 56,6% na faixa etária de 60 a 69 anos. A maior parte da amostra apresentou excesso de peso (78,6%) e obesidade abdominal (86,5%). Em relação aos exames bioquímicos, os indivíduos apresentaram valores elevados de colesterol total (81,9%), colesterol LDL (92,9%), glicemia de jejum (52,7%), e níveis inadequados de colesterol HDL (56,2%). Identificou-se 221 idosos com síndrome metabólica (78,6%). E, foram encontradas associações estatisticamente significantes entre síndrome metabólica e as seguintes variáveis: sexo (p<0,001), faixa etária (p<0,05), etilismo (p<0,01), tabagismo (p<0,05), estado nutricional (p<0,001), colesterol total (p<0,001) e colesterol LDL (p<0,01). Conclusão: Foi encontrada elevada prevalência de SM e de seus componentes em idosos hipertensos. Assim, faz-se necessário estudos com amostras representativas da população idosa brasileira, a fim de elucidar os desfechos dos determinantes sociais e de saúde nesse grupo, bem como estabelecer consensos mais atualizados sobre os critérios a serem utilizados para definição da SM. Nessa perspectiva, o presente estudo fomenta a adoção de medidas efetivas de prevenção de SM.