Correlação de biomarcadores hematológicos de coagulação com a sobrevida de pacientes com COVID-19 grave internados em hospital público, Nordeste Brasil

Abstract

Em dezembro de 2019, uma epidemia de pneumonia atípica aguda de etiologia desconhecida revelada na China que não apenas colapsou os hospitais daquele país, como alarmou autoridades de saúde de todos os continentes. O agente etiológico foi denominado SARS-CoV-2 causador do COVID-19 (TO et al., 2021) (YESUDHAS; SRIVASTAVA; GROMIHA, 2021). Nesse cenário é concreto dizer que a comunidade científica está de frente a um vírus que requer um influxo de pesquisas, não somente, no desenvolvimento de tratamentos medicamentosos, como também, em modelos preditivos embasados para avaliação do prognóstico. O objetivo foi avaliar a sobrevida de pacientes de acordo com idade, sexo, biomarcadores hematológicos (hemoglobina, leucócitos totais, neutrófilos, linfócitos, plaquetas) e de coagulação (fibrinogênio, D-dímero, INR) em uma população de brasileiros pernambucanos não vacinados internados na UTI de um hospital universitário público, hospital das clínicas, diagnosticados com COVID-19 em estado grave dentro do período de 22/03/2020 a 11/07/2020. Trata-se de um estudo de coorte retrospectivo que incluiu 101 pacientes que apresentavam Sars-CoV-2 crítico. As análises quantitativas foram demonstradas por medianas e desvio padrão, e as qualitativas representadas por frequências e porcentagens, além das curvas de sobrevivência por Kaplan-Meier, todas as operações utilizando-se o software STATA V.14 (StataCorp., USA). Os resultados demonstraram que a mediana de idade dos pacientes foi 57 anos. Enquanto que a mediana dos falecidos era 62 anos. É possível propor como fatores de risco para SARS-CoV-2: idade (>= 60 anos, p=0,006), leucocitose (>= 11.000 células/mcL, p=0,003), neutrofilia (>= 8.500 células/mcL, p=0,007), baixa na contagem de hemoglobina, INR baixo e valor elevado de fibrinogênio e d-dímero.