Avaliação toxicológica dos subprodutos dos rizomas de Curcuma longa L sobre Aedes aegypti e Mus musculus.

Abstract

A Curcuma longa L. é uma planta pertencente à família das Zingiberaceae, rica em óleos essenciais, contendo em sua composição química sesquiterpenos oxigenados, pigmentos curcuminóides tais como: curcumina, desmetoxicurcumina e bisdesmetoxicurcumina. Essa planta apresenta diversas propriedades farmacológicas relevantes que são capazes de atuarem com eficácia em uma diversidade de ações. As arboviroses como a Dengue, Chikungunya, Zika são causadas pelo mosquito Aedes aegypti. O controle dessas enfermidades, depende principalmente do combate ao mosquito, por meio do uso de produtos químicos sintéticos, como os organofosforados, carbamatos e piretróides. No entanto, a utilização contínua, repetida e inadequada desses produtos vem promovendo a criação de cepas resistentes, desse modo a busca por compostos bioativos vem sendo intensificada. Para obtenção da curcumina e do óleo fixo, foi aplicado o método de extração e purificação simultânea com bons rendimentos, 1,18 e 1,84% respectivamente. Em relação a atividade larvicida, foi avaliada segundo a metodologia preconizada pela Organização Mundial de Saúde (adaptada), contra as larvas de terceiro e quarto instar de Aedes aegypti. O trabalho experimental utilizando camundongos Swiss (Mus musculus) foi realizado no Laboratório de Pesquisa em Toxicologia do Departamento de Antibióticos da Universidade Federal de Pernambuco-UFPE, mantendo os padrões experimentais utilizados que são estabelecidos pelo Conselho Nacional de Controle de Experimentos Animais (CONCEA). Dos subprodutos obtidos, apenas o óleo fixo, demonstrou resultados promissores para o desenvolvimento de produtos larvicidas contra as larvas do Aedes aegypti, apresentando mortalidade larval de 100% na concentração de 2,0mg mL-1. No que diz respeito a toxicidade em mamíferos, foi realizado a avaliação da atividade toxicológica aguda (DL50) do óleo fixo em fêmeas adultas de camundongos albinos Swiss (Mus musculus), pelo qual foi capaz de rastrear a dose de segurança destes compostos, sendo então de 2000 mg.kg-1. Portanto, o óleo fico apresenta-se promissor para o combate ao Aedes aegypti e seguro para o uso em mamíferos, sendo necessário mais estudos para comprovar ainda mais a sua eficácia como inseticida natural.