Avaliação in situ de FOXP3+ E IL17 em fígado e intestino de camundongos infectados experimentalmente com Schistosoma mansoni e tratados com Bacillus clausii (O/C, N/R, T e SIN)

Abstract

A esquistossomose é uma doença parasitária negligenciada caracterizada por uma resposta granulomatosa inflamatória contra o ovo depositado no tecido do hospedeiro, especialmente nos tecidos hepáticos e intestinal. Atualmente o tratamento da esquistossomose é baseado unicamente no uso do praziquantel (PZQ). Os probióticos têm sido usados no tratamento de doenças gastrointestinais entre outras e seu mecanismo atribuído a possível atividade imunomodulatória. O Bacillus clausii tem sido usado amplamente como probiótico mais existem poucos estudos que caracterizam seus mecanismos imunomodulatórios. Desta forma este estudo vem avaliar o potencial imunomodulatório do Bacillus clausii (O/C, N/R, T e SIN) e seu potencial como adjuvante no tratamento da esquistossomose mansônica. Camundongos foram distribuídos em cinco grupos experimentais, separados de acordo com exposição cercariana e esquema terapêutico adotado: G1(não infectado) e G2 (não infectado e tratado com B.clausii), G3 (infectado), G4 (infectado e tratado profilaticamente) e G5 (infectado e tratado após oviposição). B. clausii foi administrado diariamente por gavagem em dose única de (1000000000 UFC/mL) em 300 μL. Após 100 dias, os baços foram excisados e as células esplênicas foram cultivadas com estímulo de Enterogermina (EG), ConA ou sem estímulo. Ossobrenadantes das culturas foram utilizados para dosagem de citocinas IL12p70, IL10 e IFN-gama por citometria de fluxo (CBA). Fragmentos de fígado e intestino foram removidos para realizar a avaliação in situ de FOXP3 e IL17 por reação de imunohistoquimica utilizando o sistema imunoperoxidase. Nossos resultados demonstraram que animais tratados com B. clausii apresentaram produção significativamente mais elevada de IL12 p70 (p<0,05), assim como as culturas de células de animais infectados estimulados com Enterogermina® (EG). No estímulo com ConA, o grupo que recebeu o B. clausii curativamente (G5) apresentou níveis significantemente maior de IFN-gama (p<0,05) que os animais infectados sem tratamento (G3). O tratamento com B. clausii aumentou os níveis de citocina IL-10 nos animais do grupo infectado tratado após início da oviposição (G5), quando comparado a todos os demais grupos. Os animais infectados e não tratados (G3) apresentaram níveis mais elevados de FOXP3, no tecido hepático e intestinal em comparação aos grupos que receberam o tratamento com B. clausii. Por outro lado, o tratamento com B. clausii, na ausência de infecção, elevou significativamente a marcação de IL17A no tecido intestinal. Os camundongos infectados e não tratados com o B. clausii apresentaram razão maior de FOXP3+/IL17A que todos os grupos tratados. A marcação de IL17A+ no intestino mostrou uma correlação negativa com a IL10 nos animais do grupo G4 . Nos animais G3 a IL17A no intestino apresentou correlação negativa com IFN-gama e positiva com IL10. Por outro lado, na marcação de Foxp3 no intestino observamos correlaçao positiva com IL10 no grupo de animais G3. A correlação com IL10 foi negativa nos animais que G4. Em conclusão, nossos resultados demonstram que B. clausii tem grande potencial imunomodulatório, induziu a produção de citocinas de perfil Th1, embora também possa induzir citocinas de perfil regulatório.