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Título: Desordens gastrointestinais funcionais em crianças escolares expostas à violência cometida contra a mãe pelo parceiro íntimo : um estudo de coorte
Autor(es): CARNEIRO, Jackelyne Faierstein
Palavras-chave: Violência por parceiro íntimo; Desordens gastrointestinais funcionais; Eventos adversos; Saúde da criança; Exposição à violência
Data do documento: 16-Mar-2022
Editor: Universidade Federal de Pernambuco
Citação: CARNEIRO, Jackelyne Faierstein. Desordens gastrointestinais funcionais em crianças escolares expostas à violência cometida contra a mãe pelo parceiro íntimo: um estudo de coorte. 2022. Tese (Doutorado em Saúde da Criança e do Adolescente) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2022.
Abstract: As Desordens Gastrointestinais Funcionais (DGIFs) envolvem alterações na interação intestino-cérebro abrangendo distúrbios da motilidade, hipersensibilidade visceral, alteração da função imune da mucosa e disbiose intestinal. Caracterizam-se como um problema de saúde pública devido à sua elevada frequência, além dos impactos que incidem na saúde e qualidade de vida da criança. Diversos fatores podem estar associados à sua ocorrência, entre eles, a exposição à violência que ocorre dentro de casa. A Exposição da Criança à Violência pelo Parceiro Íntimo (ECVPI) cometida contra sua mãe ocorre em todas as sociedades. Apesar da pouca visibilidade, constitui um evento adverso à vida que traz diversas consequências para a saúde física e emocional da criança. A criança exposta à Violência pelo Parceiro Íntimo (VPI) pode desenvolver um estado de estresse tóxico, que desregula o eixo intestino-cérebro sendo um fator de risco para a ocorrência de DGIFs. O objetivo do estudo foi analisar a associação entre a exposição da criança à violência pelo parceiro íntimo cometida contra a mãe, durante a gravidez, pós-parto e quando a criança estava na idade escolar, e a ocorrência de DGIFs. Estudo de coorte prospectivo conduzido em três etapas com mulheres cadastradas nas Unidades de Saúde da Família do Distrito Sanitário II da cidade do Recife, Pernambuco. Na primeira etapa, foram entrevistadas gestantes no período de julho de 2005 a outubro de 2006. Na segunda etapa, em 2006, as mulheres foram reentrevistadas no puerpério. A entrevista abordava vários temas, entre eles, suas experiências com a VPI. Na terceira etapa, quando as crianças, fruto da gestação de 2005 ou 2006, tinham entre seis a nove anos, houve nova entrevista. A partir dos relatos das mães foram verificadas a exposição direta e/ou indireta da criança a dez tipos de VPI, segundo a classificação de Holden, além da idade de início da exposição da criança, número de tipos de exposições e o perpetrador da exposição. O Questionnaire about Pediatric Gastrointestinal Symptoms, Roma III Version parent-report, traduzido e adaptado transculturalmente para o português, foi usado para identificar sintomas sugestivos das DGIFs. A amostra do estudo foi composta por 626 pares de mãe-criança. As DGIFs foram mais frequentes entre crianças expostas à violência comparadas às não expostas, em praticamente todos os tipos de desordens. As DGIFs apresentaram-se associadas à exposição da criança à VPI cometida contra a mãe (OR: 1,64; IC 95%: 1,04-2,58), mesmo após controle dos efeitos das variáveis de confundimento (uso de bebidas alcoólicas pela mãe, transtornos mentais comuns da mãe e idade da criança). A chance da ocorrência das DGIFs foi maior nas crianças que sofreram quatro tipos ou mais de exposição (OR: 1,81; IC 95%: 1,10-2,96), nas que a exposição iniciou nos dois primeiros anos de vida (OR: 1,93; IC 95%: 1,08-3,47) e quando o pai foi o perpetrador da violência (OR: 1,62; IC 95%: 1,05-2,48). O estresse causado pela ECVPI pode causar repercussões negativas, aumentando a chance de DGIFs, especialmente quando a criança é exposta a múltiplos tipos de violência, no início da vida, e o perpetrador é o pai biológico.
URI: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/46138
Aparece nas coleções:Teses de Doutorado - Saúde da Criança e do Adolescente

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