Avaliação do efeito do peróxido de hidrogênio em altas concentrações sobre a polpa dentária de ratos : estudo histológico

Abstract

A demanda por procedimentos conservadores estéticos na Odontologia fez o clareamento de consultório ser requisitado de maneira ascendente. Além do efeito clareador, o peróxido de hidrogênio (PH) usado no tratamento clareador também causa sensibilidade dentária e injúrias ao tecido pulpar, fazendo com que seja necessário manter as técnicas em constante estudo. O objetivo do estudo foi avaliar in vivo os efeitos agudos em polpas dentárias vitais de molares de ratos submetidos a altas concentrações de géis clareadores a base de PH em diferentes períodos de análise. Para tanto, 120 molares maxilares e mandibulares de 30 ratos Wistar foram distribuídos em grupos de acordo com o agente clareador: 1–35% PH, 2–38% PH, 3-40% PH, 4-sem tratamento (controle) e com o período de análise: A-sessão única (3x15 minutos) com análise imediata, B-duas sessões (3x15 minutos) com análise imediata e C- duas sessões (3x15 minutos) com análise após 72 horas (n=12/grupo). Os animais foram eutanasiados imediatamente ou 72 horas após o clareamento e os maxilares foram submetidos a processamento laboratorial de rotina para análise histológica de cada terço da polpa. Foram atribuídos escores de acordo com a quantidade de células inflamatórias, condição da camada odontoblástica, alterações vasculares e desorganização tecidual. Os dados foram analisados estatisticamente usando os testes de Kruskal-Wallis e Dunn (p<0.05). As três concentrações de PH alteraram significativamente as características pulpares. Houve necrose envolvendo os terços oclusal, médio e cervical da polpa coronária e o terço cervical da polpa radicular nos grupos 2B, 3A e 3B. A camada odontoblástica foi alterada em todos os terços dos grupos 2B, 3A, 3B e 3C. Áreas de edema, hemorragia e vasos dilatados e congestos apareceram até o terço médio da polpa radicular dos grupos 1B, 2A, 2B, 3A e 3B. Os grupos C não apresentaram desorganização tecidual significativa. Em conclusão, PH a 35%, 38% e 40% induziram dano imediato a polpas vitais de molares de ratos. PH 40% causou alterações mais severas. Após 72 horas, a polpa demonstrou sinais de reparo e envelhecimento.