Efeito da atividade física voluntária materna durante a gestação e lactação sobre o estresse oxidativo hepático na prole adulta

Abstract

A atividade física é um importante fator na prevenção de doenças e promove melhoria na qualidade de vida. A literatura tem demonstrado que a atividade física materna pode modular de forma positiva a saúde tanto da mãe quando de sua prole, aumentando dessa forma a atividade de enzimas metabólicas, melhorando o estado REDOX celular e diminuindo a ação de espécies reativas de oxigênio. Dessa forma, nosso trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos da atividade física voluntária materna sobre biomarcadores de estresse oxidativo e sistemas antioxidantes no tecido hepático da prole adulta. Para isso utilizamos ratas da linhagem Wistar que foram colocadas em gaiolas de atividade física voluntária e após um período de adaptação foram classificadas em 3 grupos de acordo com o nível de atividade física diário: inativo (I), ativo (A) e muito ativo (MA). Em seguida, as ratas foram colocadas em gaiolas padrão de biotério para acasalarem e após a presença de espermatozoides na cavidade vaginal, as mesmas foram recolocadas individualmente nas gaiolas de atividade física voluntária para composição dos grupos experimentais, até o dia do desmame da prole. Aos 70 dias de vida, ratos machos foram sacrificados e o tecido hepático removido para as avaliações bioquímicas. Para as análises de biomarcadores de estresse oxidativo foram avaliados os níveis de peroxidação lipídica (malondealdeido-MDA) e oxidação proteica (carbonilas). Também foram avaliadas as atividades de enzimas antioxidantes como: superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT) e glutationa-Stransferase (GST), além da quantificação do sistema antioxidante não enzimático, através dos níveis de glutationa reduzida (GSH), glutationa oxidada (GSSG) e tióis totais (sulfidrilas). Foi verificada uma diminuição nos níveis de MDA no grupo ativo em comparação com o grupo inativo (22%, **p<0,01), do grupo muito ativo em comparação com o inativo (46,8%, ****p<0,0001) e entre o grupo muito ativo em comparação com o grupo ativo (40,3%, ****p<0,0001), aumento da atividade enzimática de CAT (21,03%, *p<0,05) e GST entre o grupo ativo em comparação com o grupo inativo (34,2%, **p<0,05), além de aumento dos níveis de GSH entre os grupos ativo em comparação com o grupo inativo (60%, ****p<0,0001) e muito ativo em comparação com o inativo (125,8%, ****p<0,0001). Em relação ao estado REDOX celular foi observado aumento da razão GSH/GSSG entre os grupos ativo em comparação com o grupo inativo (71%, ****p<0,0001) e muito ativo em comparação com o grupo inativo (112%, ****p<0,0001), além de aumento dos níveis de sulfidrilas entre o grupo ativo em comparação com o grupo inativo (37%, **p<0,01). Nossos resultados sugerem que a atividade física voluntaria materna, durante a gestação e lactação, promove uma diminuição na peroxidação lipídica e melhora do balanço oxidativo hepático da prole na vida adulta.