Inclusão de surdos nas organizações: um estudo de caso em Caruaru.

Abstract

No Brasil há um grande número de pessoas com deficiência auditiva (PCDAs) que necessitam do direito ao trabalho e desenvolvimento profissional como direito de cidadania e forma de inclusão social. Porém, as organizações também sentem dificuldades para contratar e manter PCDAs no seu quadro de colaboradores. Em contrapartida, a partir das várias leis criadas no país a partir da Constituição Federal de 1988 vem crescendo a inclusão de deficientes nas organizações. Esse trabalho tem como tema de estudo analisar as dificuldades das organizações estudadas para promover a inclusão e permanência de PCDAs em seu quadro formal de trabalho. Para investigar essa realidade fez-se um estudo de caso nas organizações Unimed e no Supermercado Pague Menos, ambas situadas no município de Caruaru- PE, nas quais foi realizada uma entrevista semi-estruturada com os PCDAs e os gestores de Gestão de Pessoas (GP). Para fundamentar teoricamente o estudo, fez-se uma revisão literária sobre a inclusão de PCDAs nas organizações no contexto brasileiro. Os resultados da pesquisa indicam que com a Lei de Cotas, as PCDAs, estão sendo incluídos no âmbito organizacional, passando a adquirir destaque nas relações trabalhistas. Contatou-se organizações que capacitam os PCDAs para o mercado de trabalho, ações de busca de competência e habilidades no trabalho, ações de integração ao grupo de trabalho e ações de conhecimento dos valores da organização realizadas pelas próprias pessoas. Além do mais, as organizações investigadas estão exercendo seu papel de Responsabilidade Social Empresarial (RSE) ao promover a inclusão e gestão da diversidade. Entretanto, as ações de GP precisam ser mais bem sistematizadas além de considerar as habilidades e proporcionar oportunidades do PCDA galgar uma função melhor. Mais uma vez consta-se que é preciso valorizar o trabalho dessas pessoas, pois também possuem as mesmas capacidades que os outros colaboradores.