Empreender ou perecer: quais as perspectivas da educação brasileira para a formação da juventude no Ensino Médio?

Abstract

O presente trabalho tem por objetivo investigar as transformações que vem se encaminhando sobre a formação da juventude no Ensino Médio articulado ao empreendedorismo. Sendo assim, como estratégia metodológica desenvolvemos uma revisão sistemática em revistas indexadas. Para a análise dos dados nos orientamos a partir do método hermenêutico-dialético. Os achados bibliográficos nos permitiram identificar que a urgência da reforma do Ensino Médio, MP nº 746/2016 (Lei nº 13.415/2017) atende às demandas da acumulação flexível. Frente a esse cenário o Ensino Médio se depara com um aparente leque de oferta de formação diversificada, mas na realidade é uma oferta fragmentada padronizando uma ‘nova forma escolar’. Frente ao caráter restritivo do mercado de trabalho, justifica-se a importância da aprendizagem ao longo da vida pela necessidade de desenvolver uma atitude empreendedora e pró-ativa. Para tanto, o empreendedorismo toma força enquanto ideologia e alternativa ao desemprego. Frente a esse cenário de pauperização da educação pública se faz necessário a defesa de importantes conquistas para os filhos da classe trabalhadora, como o Ensino Médio Integrado que articula ciência, cultura e trabalho a fim de promover uma formação que supere a histórica dicotomia entre trabalho-educação garantindo aos jovens uma formação que lhes permita a compreensão sobre os conhecimentos da ciência da natureza e das ciências humanas. Por fim, alertamos que os que mais sofrem com o rebaixamento da educação e com a inserção prematura no mercado de trabalho são os jovens da população negra e periférica, dessa forma reforçando o apartheid social.