Participação política feminina na Assembleia Legislativa de Pernambuco : uma corrida desigual entre “elas”

Abstract

As mulheres compõem 51,8% da população brasileira, conforme dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) de 2019. No entanto, no que diz respeito à presença feminina nos espaços de poder e decisão, esse quantitativo não segue uma proporcionalidade. Resultado de um processo histórico, que relegou às mulheres a esfera privada, destinando-lhes um papel secundário na sociedade, refletindo no exercício da cidadania e, por conseguinte, na consolidação da democracia participativa, a sub-representação feminina no âmbito do poder do Estado é alvo de várias pesquisas e debates que tangem a inclusão do termo “gênero” na formulação de políticas públicas, visando alcançar as diversas esferas institucionais. Diante disso, nos propomos a analisar a corrida eleitoral entre mulheres candidatas ao cargo de deputada estadual em Pernambuco, nos pleitos de 2010, 2014 e 2018, destacando a presença/ausência de possíveis atributos que podem catalisar o efetivo aumento do percentual de votos de algumas candidatas. Por meio de modelos sugeridos pela ferramenta estatística, tal qual: Regressão Linear Múltipla – as preditoras capital social e político, parentesco e o financiamento de campanha demonstraram ser significativas na previsão do fenômeno analisado. Diante disso, acreditamos que o presente trabalho nos trará subsídios para refletir sobre o assunto, fomentando futuras pesquisas, proporcionando o aprimoramento de aparatos institucionais que favoreçam e ampliem as possibilidades de inserção das mulheres nos espaços políticos e de decisão, corrigindo possíveis discrepâncias relacionadas à representação de gênero.