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Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/40220

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Título: Pensando além dos binômios: os discursos de professores (as) de matemática do agreste pernambucano sobre estudantes surdos (as).
Autor(es): PEREIRA, Andrielle Maria
Palavras-chave: Surdos - Educação; Análise do discurso; Professores - Formação; Matemática - Estudo e ensino
Data do documento: 15-Ago-2014
Citação: PEREIRA, Andrielle Maria. Pensando além dos binômios: os discursos de professores (as) de matemática do agreste pernambucano sobre estudantes surdos (as). Caruaru: O Autor, 2014.
Abstract: Historicamente diferentes discursos foram elaborados sobre as pessoas surdas, por vezes tratadas como incapazes, limitadas e excepcionais. Durante anos, foram objetos de medicalização, de práticas corretivas e normativas, bem como de diferentes discursos clínicos, familiares, pedagógicos, religiosos e jurídicos (LOPES, 2007, 2011; SKLIAR, 2010; GÓES, 2002; QUADROS, 1997). No final do século XX as pessoas surdas foram integradas ao sistema educacional como alunos/as especiais através de forte movimento no campo educacional suscitado pelas políticas de inclusão, juntamente com pesquisadores/as e educadores/as que têm defendido uma proposta de inclusão das pessoas com “necessidades especiais” na escola, ressaltando que a mesma deve adaptar-se às demandas destes/as alunos/as, com espaços, tempos e profissionais adequados para atendê-los (STAINBACK, STAINBACK, 1999; SASSAKI, 1997; MARTINS, 1999). Com base nesse contexto, este estudo buscou analisar como professores de matemática do agreste pernambucano percebem o processo de "inclusão escolar" de estudantes surdos/as na rede pública de ensino, especificamente ao que diz respeito à sala de aula de matemática. Fundamentamo-nos na perspectiva pós-estruturalista do discurso (LACLAU; MOUFFE, 2001; GLYNOS; HOWARTH, 2007), nos estudos culturais (SILVA, T. 1999; OLIVEIRA, 2009b) e nos estudos sobre surdos na educação (SKLIAR, 2010; LOPES, 2011). Foram constituídos três corpora: o primeiro consistiu num levantamento documental, o segundo composto por duas entrevistas abertas com coordenadores/as pedagógicos e, o terceiro, por seis entrevistas semiestruturadas com professores/as de matemática do agreste pernambucano. Todas as entrevistas foram gravadas em MP3 e transcritas seguindo as orientações de Marcuschi (2003). Trata-se de uma pesquisa exploratória e descritiva (GIL, 1999) dialogando com a teoria do discurso, com vistas ao mapeamento do campo e investigação mais ampla futuramente. A análise procedeu-se em quatro etapas: 1) caracterização do discurso oficial de “inclusão”; 2) caracterização dos participantes; 3) mapeamento e descrição dos discursos; 4) discussão teórica. Contemplamos participantes das cidades de Caruaru, Bezerros, Santa Cruz do Capibaribe e Taquaritinga do Norte. A maioria dos participantes possuía graduação completa e atuava em instituições escolares da rede pública, destes, 75% possuíam especialização, 67% dos/as entrevistados/as estavam na faixa etária de 35 a 40 anos e os/as demais tinham entre 20 e 25 anos. Mais de 83% dos/as participantes afirmou não ter cursado disciplinas sobre a temática na universidade. Notamos com as entrevistas abertas que existem muitas discrepâncias ao que concerne a inclusão das pessoas com “necessidades educativas especiais”, a formação de professores/as e ao sistema educacional. Na fala dos professores/as de matemática emergiram discursos aportados na lógica dos direitos humanos e da educação inclusiva, permeados por outros discursos tradicionais sobre a educação de pessoas surdas. Observamos silenciamentos, processos de normalização, resistências e dúvidas sobre o tema. As estratégias pedagógicas elaboradas para os/as estudantes surdos/as são as mesmas dos/as ouvintes que, por vezes, consistem em atividades diferenciadas – uso de jogos, materiais concretos, laboratório de informática e vídeos. Tais aspectos evidenciam a carência do tema nos currículos da maioria dos cursos de formação inicial e continuada de professores/as, consistindo numa questão que ainda precisa ser superada. Dessa forma, é importante darmos continuidade e aprofundamento às discussões nesta área, tanto em nível de formação inicial, quanto continuada, assim como a elaboração e disseminação de pesquisas e estudos que interliguem esses dois campos. Ressaltamos, ainda, que é necessário (re)pensarmos as políticas de inclusão, curriculares e de formação de professores/as nesse ensejo.
URI: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/40220
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