Trilha Interpretativa em Unidade de Conservação na Caatinga : Construindo Saberes em um Espaço para Educação Não Formal

Abstract

A utilização de trilhas interpretativas configura-se como uma ferramenta educativa excelente na prática de ensino envolvendo a interdisciplinaridade, contextualização e sensibilização relacionadas ao meio ambiente. Essa prática desperta no visitante/discente uma visão real do ambiente natural e a sua importância na manutenção da vida. Nesse contexto, o ambiente para educação não formal se caracteriza como espaço de vivência que tem como finalidade despertar no educando o senso crítico e valores éticos, bem como o exercício da cidadania. As Unidades de Conservação são áreas necessárias para proteção do patrimônio abiótico, biótico, genético e cultural que precisam ser melhor conhecidas e valorizadas através da educação não formal, sendo espaço, considerado obrigatório para as práticas pedagógicas. Assim, esse projeto teve como objetivo promover ações educativas e de sensibilização para conservação da caatinga através de trilhas interpretativas, avaliando a percepção dos discentes em relação aos fatores bióticos e abióticos antes e após a vivência, estimulando o olhar investigativo, o protagonismo e a interdisciplinaridade. A coleta de dados ocorreu no período de 15 de novembro a 02 de dezembro de 2019 com alunos da Escola de Referência em Ensino Médio Desembargador João Paes, cidade de Serrita-PE, na turma do 3º ano A, a partir da utilização de trilhas interpretativas em uma Unidade de Conservação de uso sustentável, Floresta Nacional de Negreiros, Serrita/PE (FLONA). Inicialmente uma pesquisa sobre os trabalhos científicos foi realizada e concomitantemente a área foi visitada juntamente com o gestor para planejamento pedagógico das atividades e mapeamento dos pontos de interpretação (n= 05), em particular aqueles relacionados a flora e fauna do domínio. O conhecimento prévio dos discentes acerca da biota da caatinga foi avaliado através de questionários e roda de diálogo e posteriormente foi realizada a vivência em uma trilha guiada, nesse momento os discentes foram mediados a investigação, registrando os aspectos bióticos e abióticos da caatinga que foram socializados na escola através de uma exposição. Um total de 39 discentes participou da sequência didática, e os seus registros foram divulgados no dia 02 de dezembro de 2019 através de folder, banners e painéis digitais para toda comunidade escolar. Cerca de 11 obras sobre a FLONA foram documentadas e deram suporte aos conteúdos trabalhados. A partir dos resultados obtidos com os pré e pós questionário foi possível identificar que os discentes já possuíam muitos conhecimentos acerca da caatinga, com destaque aqueles que vivem na zona rural, porém, após as intervenções em sala e a vivência na trilha eles conseguiram compreender e aprimorar alguns conhecimentos, como os relacionados a importância das Unidade de Conservação e adaptações dos organismos ao meio. A atividade na trilha proporcionou um olhar investigativo e interdisciplinar, promovendo discussões durante sua execução, sendo perceptível a empolgação dos educandos na realização das atividades no decorrer da vivência. O protagonismo no planejamento, o compartilhamento de ideias entre os grupos, a organização do material coletado (registro fotográfico e diálogos) antes e durante a exposição, retratando a trilha na escola foi marcante, evidenciando o aprendizado teórico, procedimental e atitudinal. A partir das atividades realizadas, principalmente a vivência em ambiente não formal de aprendizagem, concluiu-se que a sequência didática planejada promoveu uma melhor sistematização e ampliação dos conhecimentos dos discentes, sobretudo os relacionados à temática ambiental, oportunizando conhecer melhor o meio ambiente onde eles vivem, estimulando a sensibilização e tendo seus conhecimentos prévios como alicerce no processo de aprendizagem.