Avaliação do DESVIUFPE como barreira para proteção da qualidade da água de chuva armazenada em cisternas.

Abstract

A escassez de água é um problema que já afeta cerca de 1,2 bilhão de pessoas em todos os continentes e mais 500 milhões estão se aproximando dessa situação. A situação no semiárido brasileiro não é muito diferente. No semiárido,a maior parcela da precipitação anual se concentra em apenas cinco meses (de março à julho), enquanto no restante do ano são detectados volumes insuficientes para o abastecimento da população. Diante da irregular distribuição de chuvas,milhares de pessoas precisam se adequar a falta de água nos períodos de estiagem.Para solução deste problema,a alternativa proposta foi a construção de cisternas capazes de aproveitar o potencial hídrico da região do semiárido brasileiro, armazenando a água dos períodos chuvosos para uso também nos períodos de estiagem.Embora o sistema de captação e armazenamento de águas de chuva se mostre uma solução interessante e eficiente, é fundamental que o mesmo garanta também a qualidade da água que será consumida pelos usuários. Neste trabalho foram monitoradas dez cisternas na região de Lajedo do Cedro (Caruaru –PE), aptas a armazenar a água de chuva coletada pelo telhado das respectivas residências. Foram coletadas amostras mensais de cada cisterna para análises laboratoriais,referentes aos parâmetros físico químicos e microbiológicos. Através de comparações estatísticas dos dados obtidos no monitoramento das cisternas,o desempenho do dispositivo de descarte DESVIUFPE foi avaliado,como também a influência na qualidade da água armazenada pelo uso de bomba manual para retirar água das cisternas.Diante dos resultados pode-se concluir que as cisternas dotadas desse dispositivo apresentaram baixas concentrações de cor aparente, turbidez, SDT, coliformes totais e E.Coli, chegando, respectivamente, a níveis de 42,42%, 71,34%, 48,43%, 84,5% e 72.4%, inferiores aos teores detectados em cisternas sem nenhuma proteção sanitária.