Análise de expressão das sirtuínas 1, 2, 3 e 7 em pacientes com febre chikungunya

Abstract

As arboviroses representam um problema mundial de saúde pública. Dentre elas, destacam-se pelos surtos ocorridos, Dengue, Zika e Chikungunya. No Brasil, o primeiro caso de infecção por chikungunya ocorreu em 2014, sendo notificados, posteriormente, 271.284 casos em 2016. A febre chikungunya, em sua fase aguda, tem como principais sintomas elevada temperatura corporal, artralgia, cefaleia e exantema, sua fase crônica é marcada por manifestações musculoesqueléticas persistentes. A fisiopatologia da doença ainda é pouco conhecida, principalmente em relação aos aspectos epigenéticos que envolvem proteínas do tipo histonas desacetilases (HDAC´s). Elas são responsáveis pelo remodelamento da cromatina e expressão gênica e podem atuar na regulação da replicação viral. Dentre as classes de HDAC`s, destacam-se as sirtuínas (SIRT), enzimas que apresentam sete isoformas (SIRT1-SIRT7) dependentes do NAD+ como cofator. OBJETIVO: Avaliar a expressão gênica da SIRT1, SIRT2, SIRT3 e SIRT7 em pacientes portadores de febre chikungunya e sua associação com as características clínicas da doença. METODOLOGIA: Foram estudados 52 indivíduos divididos em três grupos: 38 com presença de IgM positivo para o vírus, cinco negativos para chikungunya, porém com histórico de dengue e/ou zika; e nove indivíduos saudáveis. As análises sorológicas foram realizadas por ELISA, enquanto a análise dos níveis de expressão gênica foi por PCR em tempo real. RESULTADOS: Nos pacientes que expressaram SIRT1 (16/38), nenhum se encontrou up regulated; enquanto para SIRT2 (10/36), 27,77% dos que expressaram se apresentaram up regulated. A avaliação por idade demonstrou níveis aumentados na expressão de SIRT2 em pacientes com idades mais avançadas. Para SIRT3 apenas três pacientes apresentaram expressão, sendo apenas um up regulated em relação ao grupo controle. A SIRT7 apresentou todos os quatro pacientes em down regulated. CONCLUSÃO: A ausência ou baixa expressão dos genes SIRT3 e SIRT7 parecem caracterizar um perfil para a febre chikungunya relacionados a fisiopatologia da doença e podem sugerir potenciais propostas terapêuticas.