Avaliação do comportamento hidromecânico e do processo de propagação de fissuras de solo expansivo do município de Bonito/PE

Abstract

Solos expansivos são solos não saturados que apresentam em sua composição argilominerais responsáveis por proporcionar ao solo instabilidade volumétrica ao serem submetidos à variação de umidade e sucção, provocando danos às edificações, estradas, e construções diversas. Quando em período chuvoso, tais solos aumentam de volume e quando em período seco apresentam contração com formação de fissuras. Em Pernambuco/Brasil esse tipo de solo já foi registrado em diferentes cidades como Paulista, Olinda, Ipojuca, Petrolândia, entre outras. São diversos os métodos de ensaios de campo e laboratório que permitem identificar a presença de argilominerais e a taxa de expansão de um solo. O presente trabalho tem o objetivo de avaliar o comportamento hidromecânico e processo de propagação de fissuras de solos expansivos da cidade de Bonito por meio de ensaios laboratoriais de caracterização Física, Química, micro e macroestrutural, de expansão e de sucção de três amostras indeformadas e deformadas coletadas na localidade. Verificou-se que as amostras de solos ensaiadas são argilas de alta compressibilidade, com baixo teor de matéria orgânica e elevada capacidade de troca catiônica. Por meio do ensaio de Difração de Raios X registrou-se a presença do argilomineral montmorilonita para as três amostras. A expansão livre para as Amostras 01 e 02 correspondeu a aproximadamente 2%, enquanto a Amostra 03 apresentou expansão livre em torno de 9,9%. Quanto à tensão de expansão a volume constante, as Amostras 01 e 02 apresentaram valor de 10,62 kPa e 8,98 kPa, respectivamente, e a Amostra 03 de 371,02 kPa. Registrou-se ainda o aumento da tensão de expansão com a elevação da sucção, bem como a redução da macroporisodade do solo após aumento de volume. Somado a isso, foi ainda avaliado o comportamento de fissuração do solo expansivo de Bonito durante processo de ressecamento. Observou-se que o aumento da espessura da amostra ensaiada proporciona inicialmente contração do solo antes do aparecimento das fissuras, e posterior formação de células com maiores dimensões quando comparadas a amostra de menor espessura. O ensaio com ciclo de secagem e umedecimento demonstrou que na primeira etapa de secagem foram formadas células maiores com fissuras largas, na segunda fase de secagem houve início da formação de fissuras menores e na terceira etapa de secagem tais fissuras formaram-se em maior quantitativo. Para todos os ensaios foi registrado Fator de Intensidade de Fissuras superior a 30%. Nas etapas de umedecimento ocorreu a redução das fissuras devido à expansão.