Fatores associados à morbidade em crianças menores de cinco anos no estado de Pernambuco

Abstract

A saúde da criança vem ganhando atenção nos últimos anos, no qual políticas públicas têm sido criadas e aprimoradas. Os acordos e pactos internacionais são boas estratégias frente às dificuldades regionais nos aspectos socioeconômicos e demográficos do país. Ao considerar a vulnerabilidade da saúde das crianças, o indicador da morbidade permite conhecer como as doenças atuam, bem como seus agravos à saúde, sendo possível conhecer o perfil do adoecimento e, dessa maneira, permitir identificar as necessidades específicas desse público, afim de atuar em tempo oportuno. O objetivo desta foi analisar os fatores associados às morbidades em crianças menores de cinco anos no estado de Pernambuco. Trata-se de um estudo analítico, exploratório, de corte transversal realizado a partir dos dados da IV Pesquisa Estadual de Saúde e Nutrição (PESN), realizada nos anos de 2015/2016, em onze municípios do estado de Pernambuco. A amostra foi composta por dados de 844 crianças menores de cinco anos, sendo analisados os fatores associados ao internamento nos últimos doze meses. Realizou-se análise bivariada, no qual foi empregado teste Qui-quadrado e Exato de Fisher e, nas variáveis cujo p-valor < 0,20 análise multivariada, com a utilização da regressão logística de Poisson. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética da UFPE. Entre os resultados, as variáveis: bolsa família, número de cômodos, o pai morar com a criança, consulta nos últimos três meses e frequentar creche representaram fatores associados para a ocorrência de morbidade na faixa etária estudada. Enquanto, o fornecimento de água, luz, a mãe ter recebido cartão pré-natal, sexo, idade e consulta nos últimos três meses, com o internamento nos últimos doze meses. Observa-se que a qualidade da saúde e a prevenção de morbidades está relacionada a dinâmica na qual a criança está inserida, incluindo principalmente fatores socioeconômicos. Os profissionais de saúde, particularmente o enfermeiro, que atuam na atenção primária à saúde (APS), porta de entrada aos serviços de saúde, devem ampliar o seu olhar para além do contexto biomédico, afim de promover ações de educação em saúde visando reduzir o acometimento por morbidades e suas complicações, que podem causar o óbito. Dessa maneira, faz-se necessário a realização de mais estudos voltados para a temática, visto que o público menor de cinco anos, configura uma população que necessita de uma maior atenção, principalmente com o sugimento de doenças já erradicadas no país como ocorreu com o sarampo nos últimos tempos.