Estudo químico de méis apícolas, meliponícolas e da resina de Mycrodruon urundeuva coletados na Caatinga, Nordeste do Brasil

Abstract

O mel das abelhas melíferas e meliponineos é consumido para fins alimentares e medicinais. Os méis das abelhas nativas sem ferrão mandaçaia (Melipona mandacaia) e abelha branca (Frieseomelitta doederleini) e da abelha de mel (Apis melifera) coletadas na Caatinga, foram submetidas às análises melissopalinológicas, físico-química, perfil químico por UPLCDAD-QTOF-MS/MS, teor de fenólicos e flavonoides e potencial antioxidante. As análises melissopalinológicas mostraram que o pólen predominante para a maioria das amostras foi da espécie Mimosa tenuiflora (jurema preta). As análises físico-químicas (pH, acidez livre, hidroximetilfurfural, teor de cinzas, açucares redutores e atividade de água) atenderam aos critérios de qualidade estabelecidos pela legislação vigente. As amostras das três espécies de abelhas apresentaram atividade sequestradora de radical livre. Os principais compostos identificados por UPLC-DAD-QTOF-MS/MS foram flavonoides tipo flavonóis/flavonas e flavanonol/flavanonas. O estudo da resina de uma das espécies vegetais visitadas pelas abelhas (Myracrodruon urundeuva) foi submetida ao estudo químico (UPLC-DAD-QTOF-MS/MS, RMN e IV) e antimicrobiano. Através da cromatografia de média pressão foram isolados a mistura de três (β-butirospermol, β-cicloartenol e β-24-metilencicloartanol) e dois (α-obtusifoliol e α-cicloeucalenol) terpenos, além do composto 1-monopalmitina. A resina mostrou atividade moduladora frente a Pseudomonas aeruginosa ATCC (27853) e Staphylococcus aureus ATCC (25923).