Eficácia de um programa de treinamento muscular inspiratório associado à vibração de corpo inteiro sobre biomarcadores inflamatórios e endócrinos, musculatura respiratória, enzimas antioxidantes e funcionalidades em idosos pré-frágeis

Abstract

A síndrome da fragilidade é um desafio clínico crescente com necessidade de estratégias terapêuticas preventivas para diminuir o comprometimento funcional e orgânico nos idosos acometidos. Assim, o objetivo desta pesquisa foi verificar os efeitos agudos da vibração de corpo inteiro (VCI) sobre a modulação autonômica cardíaca em idosos e os efeitos em longo prazo da VCI associada ao treinamento muscular inspiratório (TMI) sobre biomarcadores inflamatórios, composição corpórea, desfechos musculares e funcionais em idosas pré-frágeis avaliadas por meio dos critérios estabelecidos por Fried. Inicialmente foi realizado um estudo quase-experimental piloto exploratório com 17 idosos comunitários, para investigar os efeitos de curto prazo da VCI sobre o sistema autonômico cardíaco. Os efeitos agudos da VCI sobre a modulação autonômica cardíaca foram avaliados através de holter, fornecendo: dados das variáveis da dinâmica não linear obtidos por meio de análise simbólica, entropia de Shannon e índices de complexidade; dados das variáveis lineares no domínio do tempo e da frequência; dados das variáveis cardiovasculares sistêmicas; e efeitos adversos de curto prazo relatados. Na segunda fase da pesquisa, foi realizado um ensaio clínico randomizado com idosas que apresentaram o fenótipo de pré-fragilidade. As voluntárias foram randomizadas em três possíveis grupos: grupo treinamento muscular inspiratório associado à vibração de corpo inteiro (Grupo1), grupo treinamento muscular inspiratório sham associado à vibração de corpo inteiro (Grupo2) e grupo treinamento muscular inspiratório sham associado à vibração de corpo inteiro sham (Grupo3). As voluntárias foram avaliadas em dois momentos distintos: pré-intervenção e após 12 semanas de intervenção. Foram avaliados os desfechos primários: força muscular respiratória (FMR), distância percorrida no teste de caminhada de seis minutos (TC6), equilíbrio e funcionalidade bem como, os desfechos secundários: medidas antropométricas (composição corporal) e fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF), endurance muscular respiratória, espessura e mobilidade diafragmática, espessura do músculo quadríceps femoral e efeitos adversos da intervenção relatados. O TMI foi realizado com o equipamento POWERBreathe®, 7 vezes por semana, com intensidade de carga ajustada em 40% da força muscular inspiratória máxima. O treino de VCI foi realizado por intermédio de uma plataforma vibratória. Foi demonstrado no Artigo 1 que uma sessão de VCI parece não ter efeitos no comportamento das variáveis da análise linear, contudo foi observado uma redução no padrão 1V% revelando menor modulação simpática em idosos. No Artigo 2 foi mostrado um aumento da FMR, equilíbrio e TC6, com redução de tempo no Timed Up and Go Test (TUG), sem modificações na força de preensão manual (FPM) e no metabolismo muscular avaliado através das variações de glicose e lactato durante o TC6. Por fim, o Artigo 3 não verificou alterações no BDNF sérico, espessura e massa muscular periféricos apesar do aumento da FMR, espessura e mobilidade diafragmática. A aplicação de uma sessão de VCI reduz o padrão 1V% em idosos e, um programa de TMI associado a VCI é eficaz no aumento da FMR, funcionalidade, equilíbrio, TC6, espessura e mobilidade diafragmática, sem efeitos na FPM, BDNF sérico, espessura e massa muscular periférica em idosas pré-frágeis.