Avaliação da prevalência de disfunção temporomandibular em escolares e usuários de unidades de saúde da família

Abstract

A DTM é uma condição comum na população adulta. Entretanto, os sinais e sintomas da disfunção podem surgir durante a adolescência e prosseguir durante a idade adulta. Se o sexo, a presença de outras condições de dor e os sintomas psicológicos estiverem relacionados ao início da DTM, esses fatores podem começar a desempenhar um papel durante o período da adolescência, e muitos adultos com dor na DTM relatam que sua condição começou durante tal período. Desta forma, este estudo, de corte transversal de base populacional, teve o objetivo de analisar e comparar a prevalência de DTM geral em dois estudos de base populacional realizados na cidade do Recife, Estado de Pernambuco, Brasil, entre escolares e usuários de Unidades de Saúde da Família, com a hipótese de que a prevalência de DTM será maior na população de usuários. Como objetivos específicos, buscou-se verificar se existe associação entre os fatores socioeconômicos e demográficos e associação entre a variável psicossocial e as condições de saúde geral e bucal comuns aos dois estudos. Para a análise estatística, foi utilizado os teste Qui-quadrado em relação às variáveis categóricas com Odds Ratio e o teste t-Student ou Mann- Whitney em relação às variáveis numéricas, sendo considerado um nível de significância de 5% e os intervalos com confiabilidade de 95%. Para de verificar a influência das variáveis nos indicadores de DTM e demais variáveis a serem estudas, foram ajustados modelos de regressão linear nas situações em que as variáveis foram consideradas numericamente e regressão logística múltipla para as situações em que as variáveis foram consideradas em categorias. As prevalências de DTM encontradas foram de 36,9% e 33,2% nas populações de usuários e escolares, respectivamente. A variável sexo foi estatisticamente significativa para DTM na amostra de escolares. A depressão, dor na face na consulta e nas últimas 4 semanas, dores de cabeça e/ou enxaqueca nos últimos 6 meses e zumbido foram significativas à DTM em ambas as populações, enquanto que cuidados com a saúde bucal, que influenciou a DTM somente na amostra de escolares. A análise binária revelou que dor na face na consulta e nas últimas 4 semanas estavam associadas ao diagnóstico de DTM em ambas as amostras. Contudo, a variável zumbido foi significante com a DTM na amostra de usuários e a depressão na amostra de escolares. Por fim, as ocorrências de DTM encontradas nas amostras foram altas e semelhantes. Houve declínio da prevalência de DTM com relação à idade na população de escolares, entretanto, para os usuários de Unidades de Saúde da Família, observaram-se dois picos entre os 20 a 24 anos e 45 a 59 anos. O trabalho sugere que a dor na face na consulta e nas últimas 4 semanas em adolescentes e adultos, depressão em adolescentes, e o zumbido em adultos são importantes condições para se exibir a disfunção temporomandibular.