Avaliação do grau de implantação da terceira etapa do método canguru em maternidade de referência para nascimentos de alto risco, Pernambuco

Abstract

Em anos recentes, com os avanços tecnológicos na assistência neonatal houve aumento na sobrevivência do recém-nascido pré-termo e de baixo peso ao nascer. Houve maior demanda para qualificar a assistência à saúde dessas crianças após internação hospitalar compartilhada com a atenção básica para os egressos de serviços da alta complexidade, provenientes de estratégias como o Método Canguru avaliar o grau de implantação da terceira etapa do Método Canguru em maternidade de referência, em nascimentos de alto risco no estado de Pernambuco, nas dimensões de estrutura e processo; e descrever o perfil biológico das crianças e sociodemográfico das famílias participantes do estudo. Estudo avaliativo de apreciação normativa, com enfoque no grau de implantação do seguimento compartilhado entre a primeira consulta na atenção hospitalar e a primeira consulta na atenção básica, para ações preconizadas e normatizadas pelo Ministério da Saúde em 2015, pelo manual do Método Canguru. A abordagem foi sistêmica, pautada na estrutura e processo, utilizando modelo lógico e matriz de julgamento construídos e analisados por experts na área, para definir os critérios do grau de implantação. Incluiu recém-nascidos pré-termo e baixo peso ao nascer, atendidos na terceira etapa do Método Canguru em ambulatório hospitalar, residentes em Pernambuco; a amostra foi selecionada por conveniência, durante o período de agosto de 2017 a janeiro de 2018, e o grau de implantação foi obtido através do sistema de escore. A amostra foi constituída de 95 responsáveis pelas crianças que se adequaram aos critérios de inclusão da pesquisa, sendo 57,9% da Região Metropolitana do Recife e 42,1% do interior do Estado, 92,6% de área urbana, 57,9% meninos, 47,4% com idade gestacional de nascimento entre 28 e 36 semanas, 80% com peso ao nascer entre 1000g e 2000g; no momento da alta hospitalar, na segunda etapa, 96,8% tinham peso entre 1751 e 2019g. A mediana do tempo de internação foi de 24 dias. A terceira etapa do Método Canguru foi considerada parcialmente implantada (69,5%). Na dimensão processo, o componente de controle e monitoramento e acessibilidade sócio-organizacional à primeira consulta na atenção básica apresentou percentual que classificou os componentes como parcialmente implantados, com grau de implantação de 60,9% e 73,8%, respectivamente; o componente de orientações apresentou grau de implantação de 52,9%, o que representou a não implantação do componente. A dimensão estrutura (insumos materiais) apresentou implantação satisfatória, com percentual de 95,2%. A terceira etapa do Método Canguru para egressos do Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira (IMIP), foi classificada como parcialmente implantada. Fato que aponta para possíveis fragilidades no compartilhamento da atenção à saúde como preconiza a norma para o Método Canguru. Os resultados sugerem a necessidade de treinamento das equipes da atenção básica para a efetiva aplicação das normas do Método Canguru, instituídas como política de humanização da atenção, pelo Ministério da Saúde.