A apropriação tecnológica sob a perspectiva social e sua contribuição para a plasticidade de AVAs: uma etnografia digital em um curso de Medicina

Abstract

A tecnologia da informação (TI) tem permeado diversos aspectos da vida social, seja em espaços domésticos ou laborais. Porém, no âmbito da Educação, a simples adoção de TI não significa que as pessoas tenham se apropriado dela. Apropriar-se de um objeto é usá-lo construtivamente para incorporá-lo à vida diária. O fenômeno de apropriação tem a ver com o tipo de uso que se verifica a partir dos fins incorporados na própria tecnologia. Nesse contexto, esta pesquisa teve como objetivo geral definir os requisitos da plasticidade do Learning Management System (LMS) Moodle no curso de Medicina do Campus Acadêmico do Agreste da UFPE, a partir da perspectiva social da apropriação tecnológica. Para atingir tal propósito, definiu-se como estratégia metodológica a combinação de etnografia digital e procedimentos de análise da Grounded Theory, para produção e análise dos dados. A etnografia digital proporcionou acesso ao contexto real do usuário, que emergiu por meio dos relatos narrativos e das capturas de imagens realizadas pelos próprios participantes durante suas experiências de uso. Na análise, os códigos inicialmente gerados foram compondo pequenas unidades de sentido, sendo gradualmente integrados em categorias conceituais maiores, até chegarmos aos requisitos não-funcionais às quais elas se relacionam. Os resultados indicam que a plasticidade de Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs) compreende primordialmente aspectos ligados à segurança, interoperabilidade, usabilidade e reusabilidade. Isso significa que a ferramenta precisa atender preponderantemente essas quatro capacidades, para se tornar mais apropriável pelos usuários.