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Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/25391

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Título: “Quando não tem bebida, morga logo!”: um estudo interseccional sobre juventude e consumo de álcool
Autor(es): SOUZA, Leyllyanne Bezerra de
Palavras-chave: Psicologia; Psicologia social; Juventude; Jovens – Uso de álcool; Interseccionalidade; Pesquisa-intervenção
Data do documento: 24-Fev-2015
Editor: Universidade Federal de Pernambuco
Abstract: Este trabalho buscou compreender significados atribuídos por jovens ao consumo de bebidas alcoólicas. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de inspiração feminista, inserida na Psicologia Social. Assumiu como perspectivas a pesquisa-intervenção e a interseccionalidade de marcadores sociais para a compreensão/intervenção de/em posicionamentos das/os jovens interlocutoras/es relativamente ao consumo de álcool. Estas/Estes, jovens habitantes da região Suape-PE, estudantes do ensino médio da rede pública de ensino em território que tem vivenciado um intenso processo de desenvolvimento econômico. Desenvolveu-se a partir do trabalho com grupo em três rodas de conversa – videogravadas e transcritas – nas quais o uso de álcool foi abordado, respectivamente, segundo os vieses da sociabilidade, do lazer, e de discursos de riscos e prazeres envolvidos em práticas de consumo. Foi possível perceber o álcool como um importante elemento relacionado à sociabilidade das/os jovens. O tensionamento público-privado caracterizou diferentes experiências com as bebidas, de modo que os significados atribuídos ao beber variaram de acordo com o contexto relacional em que se bebe. O beber em família foi referido como uma experiência menos prazerosa em relação ao beber no grupo de amigos, por se caracterizar como um espaço de regulações segundo uma hierarquia geracional, que circunscreve o ato de beber em códigos de moralização, normatização e inibição. De outro modo, beber no grupo de amigos parece caracterizar um contexto em que se sente mais livre para se experimentar: quanto aos limites e possibilidades do próprio corpo; em experiências afetivo-sexuais; e ainda, quanto aos prazeres e riscos potencialmente envolvidos em práticas de consumo. O ato de beber, no contexto do grupo de pares, parece funcionar como um extensor do tempo em que se está junto, como potencializador da sociabilidade. Ressalta-se que os significados do beber se distinguem quanto aos marcadores de gênero, sobretudo quando articulados às vivências e posicionamentos sexuais. A mulher que bebe, sobretudo no espaço público, se vê como alvo de críticas e regulações; além disso, a experiência de embriaguez para mulheres jovens é fortemente associada ao risco de violência sexual. Por outro lado, o homem que bebe pode se sentir mais desinibido, e assim, colocar-se de forma mais ativa em situações de paquera, o que lhe é esperado e valorizado. Há uma fronteira tênue entre prazeres e riscos nas experiências de consumo de álcool, os quais as/os jovens precisam aprender a gerir. Como via de controle do corpo, o marcador religião emergiu como forma de gestão de riscos e prazeres através da restrição ou mesmo prescrição do não uso de bebidas, para mulheres e homens. O marcador território pareceu delinear uma associação entre bebidas e violência quando o consumo de álcool é pensado em relação ao outro, sobretudo os ditos “baianos”, homens de outros estados que estão na região Suape trabalhar em empresas de construção civil.
URI: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/25391
Aparece nas coleções:Dissertações de Mestrado - Psicologia

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