Terapia nutricional em prematuros da UTI/UCI neonatal de um hospital de referência em gestação de alto risco

Abstract

Estudos demonstram a importância da nutrição no cuidado de pacientes hospitalizados, bem como de prematuros no âmbito da UTI/UCI neonatal. O pré-termo ou prematuro, que teve seu parto antes da 37ª semana de idade gestacional é um grupo de risco no ambiente hospitalar e a prevalência de prematuridade vem aumentando não só no Brasil, mas também em todo o mundo. A terapia nutricional em prematuros pode ser feita por nutrição enteral, parenteral e por via oral, sendo o objetivo da nutrição, atingir a via oral o mais rápido possível e oferecer nutrientes que proporcionem crescimento similar ao intra-uterino. A terapia nutricional deve respeitar as individualidades relacionadas ao grau de prematuridade, condição clínica, estabilidade fisiológica e a mesma deve ser iniciada mais precocemente possível, minimizando o aparecimento de eventos adversos como hipoglicemia, enterocolite necrosante, inadequado desenvolvimento neurológico. O objetivo desse estudo foi analisar as práticas de terapia nutricional do recém-nascido prematuro da UTI neonatal de um Hospital de Referência em Gestação de Alto Risco de Vitória de Santo Antão – PE. Trata-se de um estudo do tipo coorte prospectivo realizado em um Hospital de Referência em Gestação de Alto Risco (Hospital João Murilo de Oliveira). Para a coleta de dados foram aplicados questionários para 11 pré-termos acerca de informações sociodemográficas e biológicas maternas e dos neonatos, além de informações clínicas colhidas em prontuários e informações nutricionais. As informações nutricionais, tais como início e duração das terapias nutricionais, bem como parâmetros antropométricos, foram coletadas semanalmente durante o tempo de internamento do prematuro na UTI/UCI neonatal. O estudo foi aprovado pelo CEP – CCS – UFPE nº CAAE: 46894115.1.0000.5208. A média de idade gestacional no parto foi de 33,36 ± 1,74 semanas e o tempo médio de internamento foi de 20,9 ± 17,52 dias. Todos os prematuros fizeram uso na nutrição enteral, que foi iniciado logo ao nascer em 54,5% (n=6) e no segundo dia de vida em 45,5% (n=5). Em relação à nutrição parenteral a mesma foi utilizada por 3 prematuros e durou em média 9,33 ± 3,05 dias. O início médio do seio materno livre foi de 10,63 ± 12,32 dias. Todos os prematuros receberam alta em aleitamento materno, sendo exclusivo em 72,7% (n=8) dos prematuros e misto em 27,3% (n=3) dos prematuros. Em relação ao ganho de peso, percebeu-se uma média de 134,03 ± 457,24 g e perda de peso fisiológica abaixo do máximo recomendado. Os resultados encontrados evidenciaram que os pré-termos tiveram adequado aporte nutricional mediante os parâmetros de ganho de peso, de duração e de início das terapias nutricionais e de prevalência de aleitamento materno na alta hospitalar, o que deve ser preconizado em todo ambiente hospitalar que atenda prematuros.