Educação alimentar e nutricional como ferramenta para mudança do padrão nutricional da população brasileira: foco ao resgaste da alimentação tradicional

Abstract

Em meio aos avanços da vida contemporânea, a relação do homem com o alimento se distanciou principalmente pelos processos de industrialização, urbanização e globalização. Esses fatores fomentaram o indivíduo a buscar praticidade em todos os âmbitos da sua rotina e especialmente para se alimentar, o que impulsionou a não valorização da alimentação tradicional e da cultura alimentar, como também da culinária como prática emancipatória. Diante ao exposto, verifica-se o uso da educação alimentar e nutricional (EAN) como ferramenta para a modificação das atuais práticas alimentares. Desta forma, objetivou-se a busca na literatura estudos que testificassem a EAN como ferramenta ao resgate à alimentação tradicional, a partir do reconhecimento da cultura alimentar local, da valorização da comida e do alimento como referência. Como metodologia, realizou-se uma revisão da literatura com busca bibliográfica nas bases de dados nacionais e internacionais no período de abril a junho de 2016, foram selecionados 10 artigos para a constituição da revisão correspondentes aos anos de 2005 a 2015 e o critério de escolha foi embasado nos trabalhos que apresentassem coerência teórico-metodológica independente do tipo de estudo e ano de publicação. Os termos indexados para a busca foram: alimentação tradicional, cultura alimentar, padrão alimentar, transição nutricional e EAN. Obteve-se como resultado um baixo número de estudos que abordam a temática em formato de intervenção, sendo o maior número dos estudos caracterizado como revisão de literatura, pesquisa exploratória e análise de documentos elaborados pelo governo. Os mesmos se apresentaram objetivados em trazer reflexão ao profissional sobre o método abordado em educação e ao púbico em geral uma reflexão sobre o comportamento alimentar em está inserido. A partir da análise dos estudos encontrados, se faz presente a importância da EAN como ferramenta indispensável na promoção de práticas alimentares mais equilibradas e conscientes frente à proposta da alimentação tradicional e da valorização cultural. O fato de poucos estudos de intervenção nesse caminho não aniquila essa verdade, mas ao contrário, promove instigação para o desenvolvimento de estratégias frente a esse desígnio. Porém, mesmo com a veracidade da capacidade transformadora que a EAN promove, a mesma ainda necessita ampliar seus limites estreitando a teoria da prática, explanando seus resultados positivos e contando com o maior apoio da esfera pública.