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https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/9554
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Título: | Arte e emancipação em Theodor W. Adorno |
Autor(es): | Claudino Maciel, Louise |
Palavras-chave: | Emancipação; Esclarecimento; Sociedade Administrada; Crítica; Obras de Arte Autênticas; Relação Sujeito-Objeto |
Data do documento: | 31-Jan-2011 |
Editor: | Universidade Federal de Pernambuco |
Citação: | Claudino Maciel, Louise; Eduarda da Mota Rocha, Maria. Arte e emancipação em Theodor W. Adorno. 2011. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Sociologia, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2011. |
Abstract: | Este trabalho analisou o lugar da obra de arte no pensamento sobre a emancipação de Theodor W. Adorno. Nosso objetivo foi apontar os elementos emancipatórios que Adorno identificou na obra de arte. Para tanto, buscamos entender como a obra de arte oferece resistência a dois processos que, neste autor, se apresentam como fortes empecilhos à configuração de uma sociedade emancipada. Em primeiro lugar, temos o fracasso da promessa de emancipação do esclarecimento, entendido como o amplo processo em que a razão suplantará o mito, mostrando-se como a maneira mais eficiente para libertar os homens do medo e garantir sua autoconservação. Tendo a autoconservação como objetivo, a razão (instrumental) promoverá um progressivo distanciamento do homem em relação à natureza (interna e externa), reduzindo-a a condição de objeto de manipulação e domínio. Tendo em vista que a promessa deste processo é a emancipação humana, Adorno questiona como a sociedade esclarecida pôde ser palco de acontecimentos tão bárbaros como o Holocausto: assassinato sistemático dos judeus e de outras minorias sociais. Além disso, o fracasso desta promessa é visível na medida em que, o esclarecimento, ao invés de levar a uma sociedade emancipada, conduziu a uma sociedade administrada. Tal sociedade consiste no segundo forte empecilho à emancipação, uma vez que se caracteriza pela paralização da crítica em diversos âmbitos da sociedade. É o que Adorno observa em relação à indústria cultural. Com ela, a cultura, que outrora servia como espaço de transcendência e de crítica das condições dadas, se vê reduzida à glorificação do existente. Como a indústria cultural transforma as obras de arte em mercadorias integrais, uma primeira condição de potencial emancipatório na arte é a sua autonomia. A autonomia da arte pode ser considerada um elemento emancipador, uma vez que oferece resistência à razão instrumental que busca atribuir a tudo uma função na autoconservação da sociedade. Por sua vez, algumas obras de arte autônomas apresentam um outro elemento emancipador que é o da permanência da crítica na sociedade administrada. Tais obras, além de autônomas, são autênticas, porque se recusam a reconciliar as contradições que surgem em seu interior dando testemunho do estado não reconciliado da sociedade, ao mesmo tempo em que expressam a condição de sofrimento do indivíduo no capitalismo tardio. Por fim, no que diz respeito à relação do artista com o material artístico, temos um terceiro elemento emancipador que caracteriza as obras de arte autênticas: elas fornecem uma modalidade de relação entre sujeito e objeto alternativa àquela em que o sujeito domina o objeto, presente no esclarecimento. Na esfera da obra de arte autêntica, sujeito (artista) e objeto (material) entram numa relação de mediação recíproca. Neste aspecto, obras de arte autênticas estão no centro do pensamento da emancipação de Adorno por prefigurar a reconciliação com a natureza que ele viu como condição da verdadeira emancipação humana |
URI: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/9554 |
Aparece nas coleções: | Dissertações de Mestrado - Sociologia |
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