Caracterização petrofísica de rochas ígneas da faixa costeira da Bacia de Pernambuco: aplicação ao armazenamento geológico de CO2

Abstract

A transição para uma economia de baixo carbono requer um maior avanço na redução das emissões, sobretudo frente à continuidade do uso de hidrocarbonetos nas próximas décadas. O armazenamento geológico de CO₂ baseado no mecanismo de mineralização em rochas vulcânicas apresenta vantagens em termos de custo e segurança em relação a outros meios geológicos. Este trabalho investigou rochas da Suíte Magmática Ipojuca, na Bacia de Pernambuco, uma região estratégica pela proximidade de fontes emissoras de CO2. O estudo focou em três litologias: traquitos, traquiandesitos e basaltos, e se baseou em análises petrofísicas e de Microtomografia de raios X (µCT). Os traquitos apresentaram os melhores valores de porosidade, e todas as litologias apresentaram valores de permeabilidade menores que 0,01 mD. As amostras de basalto apresentaram maior teor de minerais ricos em Fe e Mg, como a olivina, essenciais ao processo de mineralização do Carbono. As análises de rocha digital permitiram investigar aspectos do tipo de porosidade das rochas, incluindo a microporosidade. O estudo mostrou que basaltos e traquiandesitos apresentam matriz maciça e dominância de microporosidade, enquanto traquitos alterados apresentam porosidade associada a dissolução de fenocristais milimétricos a centimétricos. O estudo permitiu avaliar propriedades de reservatório dessas rochas que podem auxiliar futuros projetos voltados para o armazenamento de CO2 na faixa costeira da bacia.