Desenvolvimento de embalagem ativa à base de alginato e óleo essencial de laranja para conservação de queijo muçarela

Abstract

As embalagens ativas (EA) são sistemas inovadores que, além de protegerem os alimentos do meio externo, promovem interações benéficas, como a liberação de compostos antimicrobianos e antioxidantes, prolongando sua vida útil. Dentre os constituintes ativos utilizados nessas embalagens, os óleos essenciais se destacam por serem naturais e considerados seguros. Nesse contexto, este trabalho tem como objetivo desenvolver e caracterizar filmes poliméricos à base de alginato de sódio, aditivados com óleo essencial de laranja doce (OEL), visando sua aplicação na conservação de queijo muçarela. Inicialmente, foi avaliada a atividade antimicrobiana do OEL para Escherichia coli e Staphylococcus aureus. Em seguida, os filmes foram produzidos pela técnica de casting, variando-se as concentrações de plastificante (2% e 20% de glicerol) e do óleo essencial. A caracterização dos filmes incluiu análises físico-químicas, mecânicas e microbiológicas. A partir das análises de espectroscopia no infravermelho com transformada de Fourier (FT-IR) e termogravimétrica (TGA), observou-se que a presença do OEL não comprometeu a estrutura química e nem a estabilidade térmica da matriz polimérica. Além disso, ensaios mecânicos de tração indicaram que os filmes plastificados com maior teor de glicerol apresentaram maior flexibilidade e alongamento, enquanto aqueles com menor teor apresentaram melhor resistência mecânica. Após a caracterização, os filmes foram aplicados no armazenamento de queijo muçarela, e a atividade antimicrobiana foi quantificada por unidades formadoras de colônia (UFC) ao longo de 9 dias de armazenamento refrigerado. Os resultados demonstraram que os filmes com 15% de OEL apresentaram redução significativa do crescimento microbiano, sugerindo que os compostos antimicrobianos migraram para o ambiente interno da embalagem, inibindo a proliferação de bactérias. Dessa forma, conclui-se que os filmes desenvolvidos possuem potencial para aplicação como embalagens ativas, contribuindo para aumentar a vida útil dos alimentos e reduzir o desperdício. O uso de biopolímeros reforça a proposta sustentável deste estudo, alinhando-se às crescentes demandas por embalagens biodegradáveis e funcionais.