Emissões de gases de efeito estufa em áreas com diferentes coberturas da terra no Bioma Caatinga

Abstract

A Caatinga possui enorme riqueza de espécies vegetais, é apontada como a região de semiárido com maior número de pessoas do mundo. Vem sendo influenciado fortemente pelas ações antrópicas, principalmente na vegetação e na mudança de uso do solo. Muitas atividades podem promover estas modificações,como a retirada da cobertura vegetal seja para destinação a queima desse material, para a criação animal, etc. Essas modificações no ambiente podem ser um fator preocupante no que diz respeito à um possível aumento nos níveis de gases de efeito estufa emitidos. Os principais gases relacionados ao efeito estufa CO2, N2O e CH4, respectivamente. Contudo, estudos que visam identificar o que essas mudanças têm promovido em relação as emissões de gases de efeito estufa, são escassos. Neste sentido, o objetivo desse trabalho quantificar as emissões de gases do efeito estufa em parcelas permanentes para estudos ecológicos com diferentes coberturas vegetais no Bioma Caatinga, correlacionando as estimativas com parâmetros (físicos e químicos) do solo e ao longo das estações do ano. A metodologia utilizada foi a que faz uso de um medidor de gás portátil. Os resultados referentes a temperatura e umidade do solo demonstram foram variáveis entre as épocas do ano, o que pode influenciar nas emissões. Para os gases foi possível identificar que o gás que mais emitiu em diferentes épocas foi o CO2, apresentando os maiores valores na época chuvosa (832,54 mg m-2 h -1 ). Houve pouca

emissão de CH4 (o maior foi 59,78 μg m-2 h -1 )em ambas as épocas, o que pode indicar um enorme potencial de controle de emissões deste gás em região semiárida. Para o N2O foi possível perceber uma diferença de emissões entre as épocas, onde na estação seca (106,54 μg m-2 h -1 ) ocorreu as menores emissões. Os resultados obtidos demonstraram o quanto o Bioma Caatinga é importante para dinâmica dos gases de efeito estufa proveniente dos diferentes usos do solo, em especial a sua capacidade de consumo de CH4.