Monitoramento radioecológico do Rio Capibaribe no estado de Pernambuco

Abstract

As águas de rio, muito usadas comumente para diferentes fins, são de extrema importância para as comunidades ao longo do seu curso. A presença de contaminantes e de radionuclídeos naturais, pode afetar a saúde humana. Por isso, tomando como base de pesquisa o rio Capibaribe, que embora estudado em termos de parâmetros físico-químicos, carece de estudos sobre a mobilidade dos radionuclídeos naturais em sua extensa bacia. O presente estudo teve como objetivo avaliar as condições da água desse rio, monitorando parâmetros físico-químicos, microbiológicos (coliformes totais e Escherichia coli) e radiológicos (226Ra e 228Ra). Para as análises foram utilizados diversos equipamentos, a depender do parâmetro investigado, estes foram, um medidor multiparâmetro de campo, Análise por Injeção em Fluxo (FIA), a Fotometria de Chama e a Espectrometria Gama de Alta Resolução (HPGe-Be). Os dados físico-químicos apresentaram uma ampla gama de valores, influenciados por diversos fatores antropogênicos e naturais. Além disso, alguns pontos registraram valores acima do aceitável pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), enquanto outros ficaram abaixo do recomendado. Observou- se que os valores médios dos parâmetros como condutividade elétrica (2.911 mg.L-1), salinidade (1.566 mg.L- 1), STD (1.455 mg.L-1), coliformes totais (347 UFC.mL-1), Escherichia coli (13 UFC.mL-1), cloreto (625 mg.L-1) e sódio (9.056 mg.L-1) ultrapassaram os limites estabelecidos pelo CONAMA na resolução No 430/01, indicando possíveis desequilíbrios ecológicos. Nas medições radiométricas, o 226Ra teve uma atividade específica baixa (0,01 a 0,29 Bq.L-1), permanecendo abaixo do valor máximo permitido pela Portaria No 888/21, do Ministério de Saúde ( 226Ra: 1 Bq.L-1 e 228Ra: 0,1 Bq.L-1 ). Por outro lado, o 228Ra apresentou valores acima do permitido pela portaria (0,2 e 0,12 Bq.L-1) em dois pontos, ambos localizados no município de Limoeiro-PE, o que requer maior atenção em futuras investigações. Os dados indicaram um possível risco radiológico associado ao consumo de água, com valores mais elevados no município de Limoeiro-PE e Carpina-PE, especialmente para a população mais jovem (menores de 1 ano, 1 ano e 15 anos).