Tendência temporal das internações e da taxa de mortalidade por diabetes mellitus no Brasil : uma análise dos dados do sistema de informação DATASUS

Abstract

OBJETIVO: Analisar a tendência temporal das internações por diabetes mellitus (DM) no Brasil, de 2012 a 2023. MÉTODO: Estudo retrospectivo, exploratório, quantitativo, com uso de dados secundários do Sistema de Informações Hospitalares do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. As tendências temporais de internação por DM foram determinadas por modelos de regressão linear de “Prais-Winsten”. RESULTADOS: Entre 2012 e 2023 ocorreram 1.619.780 internações por DM no Sistema Único de Saúde. Destas, 51,49% se deram em pessoas do gênero feminino. A maior frequência de internação se deu na faixa etária de 60 a 69 anos, com 24,22% do total. Há predomínio das internações por DM na raça parda (39,172%). As internações por DM se concentraram na região Sudeste (35,502%). No período entre 2012 e 2023, a informação “Ano de atendimento” está disponível para 1.610.705 internações, o que representa 99,43% do total. A taxa de internação por DM variou entre 5,856/10.000 habitantes, em 2020, e 7,331/10.000 habitantes em 2012. A taxa média de internações anuais por DM no período foi 6,525/10.000 habitantes. A Variação Percentual Anual (VPA) foi -0,085 (IC95% -0,152 a -0,017), evidenciando tendência temporal decrescente na taxa de internação por DM. O tempo médio de permanência, em dias, nas internações por DM entre 2012 a 2023 foi de 845.856,58 dias por ano. O ano de 2012 teve o maior número bruto e percentual de óbitos (n=6.356, 8,929%). Observa-se VPA de -0,062 (IC95% -0,089 a -0,035), evidenciando tendência temporal decrescente na taxa de mortalidade por DM. CONCLUSÃO: Percebe-se que as internações no SUS por DM apresentaram uma tendência decrescente no Brasil. Os resultados indicam um avanço positivo entre a redução de internações e mortalidade. Isso reforça a importância das estratégias de prevenção e o fortalecimento de políticas públicas. No entanto, para afirmar com precisão que essas estratégias foram responsáveis por tal redução, é necessário realizar uma análise mais aprofundada, levando em consideração variações como melhorias no acesso à saúde, avanços tecnológicos, mudanças no perfil demográfico e socioeconômico.