Skip navigation
Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/57188

Compartilhe esta página

Registro completo de metadados
Campo DCValorIdioma
dc.contributor.advisorMELO, Iran Ferreira de-
dc.contributor.authorSILVA, Maria Valdelange Virginio da-
dc.date.accessioned2024-08-02T15:27:22Z-
dc.date.available2024-08-02T15:27:22Z-
dc.date.issued2024-02-20-
dc.identifier.citationSILVA, Maria Valdelange Virginio da. Discursos sobre violência intrafamiliar contra a mulher produzidos por mulheres no Facebook. 2024. Dissertação (Mestrado em Letras) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2024.pt_BR
dc.identifier.urihttps://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/57188-
dc.description.abstractA violência intrafamiliar contra a mulher é produto de uma ideologia patriarcal que, por muito tempo, manteve o poder nas mãos do homem, renegando à mulher seus direitos enquanto ser humano participante e atuante de uma sociedade em constante transformação. Essa organização social é estruturada para que os cidadãos aceitem e permaneçam propagando que o homem é superior a mulher, devendo-lhe esta obediência plena. Para manter o poder nas mãos dos homens, se difundiam, sem hesitação, representações que posicionavam a mulher como inferior, frágil, desinteressante, incompetente, delicada, sensível, lenta etc., enquanto o homem seria um ser versátil, forte, superior, interessante, herói, corajoso etc. “A subordinação da mulher passou a ser vista como natural, universal, inquestionável, imutável, e o patriarcado se estabeleceu, então, como ideologia e realidade” (LINS, 2022, p. 455), provocando danos irreversíveis tanto para a mulher quanto para o homem. Não é difícil perceber que essas categorizações tencionavam estabelecer o papel de dominador para o homem, ao passo que à mulher restava-lhe ser dominada. Infelizmente, esses rótulos vêm atravessando gerações e, lamentavelmente, contribuindo para manter a diferenciação entre os gêneros. Após décadas de resistência, e mesmo com a Lei no 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), políticas públicas e ações de enfrentamento à violência contra a mulher ainda constatam que ela é alvo de diversas formas de opressão e que, muitas vezes, o homem, através da relação de poder, busca demonstrar seu domínio, evidenciando que a mulher é submissa e deve fazer apenas aquilo que é imposto/determinado. A violência intrafamiliar machista é uma forma nítida desta desvalorização, que vem crescendo consideravelmente nos últimos anos. Publicado recentemente, o Anuário Brasileiro de Segurança Pública (2023, p. 136) aponta que houve “o crescimento de todas as formas de violência contra a mulher em 2022”. Diante disso, objetivamos investigar discursos de mulheres que avaliam a violência intrafamiliar machista, analisando o seu potencial de efeitos de sentidos em comentários e subcomentários do Facebook. Nossos dados compõem-se de comentários e subcomentários de mulheres, publicados na rede social Facebook, exclusivamente da página do G1 – dos anos 2021 a 2022, sobre notícias de violência intrafamiliar contra a mulher executada pelo cônjuge, pois este é o principal agente desta forma de violência. Conforme apresenta o Anuário Brasileiro de Segurança Pública (2023, p. 144), os “casos dos feminicídios, em mais da metade dos casos (53,6%) o autor é identificado como o parceiro íntimo”. Ademais, acreditamos que essa rede social proporciona interação entre os atores sociais/indivíduos através dos discursos e é um ambiente digital propício para o questionamento, a manutenção e/ou a transformação das relações de poder. Do ponto de vista discursivo, isso significa que “os textos como elementos de eventos sociais [...] têm efeitos causais - ou seja, provocam mudanças. Os textos podem provocar mudanças no nosso conhecimento (podemos aprender coisas com eles), nas nossas crenças, nossas atitudes, valores” (FAIRCLOUGH, 2003a, p. 8). Esperamos, com este estudo, refletir acerca dos diversos modos de avaliação nos comentários. Além disso, buscamos verificar se as escolhas linguísticas avaliativas, em nosso objeto, estão contribuindo para manter ou transformar as relações de poder entre os gêneros. Esta proposta está enquadrada na Análise Crítica do Discurso – ACD –, de Norman Fairclough (1989, 2001, 2003a), como também nos estudos de Álvaro Vieira Pinto (2005), sobre tecnologia, e de Branca Moreira Alves & Jacqueline Pitanguy (2003) sobre feminismo que são essenciais para o desenvolvimento dessa proposta teórico-metodológica. A categoria analítica avaliação permitiu-nos identificar, nos comentários e subcomentários de mulheres, juízos de valor explícitos e implícitos, muitos, alicerçados em ideias patriarcalistas, procurando manter essa divisão estabelecida pela ideologia patriarcal. Todavia, percebemos, igualmente, declarações avaliativas que mobilizam o rompimento dessas práticas opressoras. Verificamos ainda que, quando os atores sociais fazem uso dessa categoria eles colaboram para manter e/ou transformar práticas sociais historicamente situadas. Isso porque é possível perceber através dos marcadores linguísticos avaliativos como eles se identificam e identificam aos outros na sociedade contemporânea.pt_BR
dc.language.isoporpt_BR
dc.publisherUniversidade Federal de Pernambucopt_BR
dc.rightsopenAccesspt_BR
dc.rightsAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil*
dc.rights.urihttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/*
dc.subjectDiscursopt_BR
dc.subjectFacebookpt_BR
dc.subjectMulherpt_BR
dc.subjectPatriarcalismopt_BR
dc.subjectViolência Intrafamiliarpt_BR
dc.titleDiscursos sobre violência intrafamiliar contra a mulher produzidos por mulheres no Facebookpt_BR
dc.typemasterThesispt_BR
dc.contributor.authorLatteshttp://lattes.cnpq.br/5187056712491523pt_BR
dc.publisher.initialsUFPEpt_BR
dc.publisher.countryBrasilpt_BR
dc.degree.levelmestradopt_BR
dc.contributor.advisorLatteshttp://lattes.cnpq.br/4517549119922498pt_BR
dc.publisher.programPrograma de Pos Graduacao em Letraspt_BR
dc.description.abstractxIntra-family violence against woman is the product of a patriarchal culture that, for a long time, kept power in the hands of man, denying woman her rights as a participating and active human being in a society in constant transformation. This social organization is structured so that citizens accept and continue propagating that man is superior to women and they owe him full obedience. To keep power in the hands of men, representations were spread without hesitation that positioned women as inferior, fragile, uninteresting, incompetent, delicate, sensitive, slow, among other adjectives, while man would be versatile, strong, superior, interesting, hero, courageous etc. “Women’s subordination came to be seen as natural, universal, unquestionable, immutable, and patriarchy was then established as ideology and reality” (LINS, 2022, p. 455), causing irreversible damage to both women and men. It’s not difficult to realize that these categorizations intended to establish the dominant role for men, while women were left to be dominated. Unfortunately, these labels have crossed generations and, regrettably have contributed to maintain the differentiation between genders. After decades of resistance and even with Law no 11.340/2006 (Maria da Penha Law), public policies and actions to combat violence against woman it is still clear that she is a target of lots of forms of oppression and that, often, men, through power relations, try to demonstrate their dominance, showing that she is submissive and must do only what is imposed, determined. Sexist intra-family violence against women is a clear form of this devaluation, which has been growing considerably in recent years. Recently published, the Brasilian Public Security Yearbook (2023, p. 136) points out that there was “an increase in all forms of violence against women in 2022”. That said, we aim to investigate the speeches of women who evaluate sexist intra-family violence, analyzing their potencial for meaning effects in Facebook comments and sub-comments. Our data consist of women’s published comments and sub-comments on the social network Facebook, exclusively on the G1 page – from the years 2021 and 2022, on news of intra-family violence against women, carried out by the spouse, so this is the main agent of this form of violence. According to the Brazilian Public Security Yearbook, in “cases of femicide, in more than half of the cases (53,6 %) the perpetrator is identified as the intimate partner (2023, p. 144). Furthermore, we believe that this social network provides interaction among social actors through speeches and it is a digital environment conducive to questioning, the maintenance and/or transformation of power relations. From a discursive point of view, this means that “texts as elements of social events [...] have causal effects” – that is, they provoque changes. Texts can cause changes in our knowledge (we can learn things from them) in our beliefs, our atitudes, values” (Fairclouch, 2003a, p. 8). We hope, with this study, to reflect on the different modes of evaluation in the comments. Furthermore, we intend to verify whether the evaluative linguistc choices, in our object, are contributing to maintaining or transforming power relations between genders. This proposal is framed in the Critical Discourse Analysis, CDA, by Norman Fairclough (1989, 2001, 2003a) as well as in the studies of Álvaro Vieira Pinto (2005), on technology, and Branca Moreira Alves & Jacqueline Pitanguy (2003) on feminism which are essential for the development of this theoretical-methodological proposal. The analytical category of evaluation allowed us to identify, in women’s comments abd sub-comments, explicit and implicit value judgments, many of them based on patriarchal ideas, trying to maintain this established division by patriarchal ideology. However, we also noticed evaluative statements that mobilized the breaking of these oppressive practices. We also verified that, when social actors make use of this category in the commentary genrer, they colaborate to maintain and/or transform historically situated social practices, because it is possible to notice through evaluative linguistc makers how they identify themselves and others in contemporary society.pt_BR
Aparece nas coleções:Dissertações de Mestrado - Linguística

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
DISSERTAÇÃO Maria Valdelange Virginio da Silva.pdf2,47 MBAdobe PDFThumbnail
Visualizar/Abrir


Este arquivo é protegido por direitos autorais



Este item está licenciada sob uma Licença Creative Commons Creative Commons