Nódulos Tireoidianos, Ultrassonografia e Metaloproteinases de Matriz : Uma Revisão de Literatura

Abstract

Nódulos da tireoide são processos patológicos comuns e heterogêneos, cuja origem está associada a um conjunto complexo de fatores. Apesar da alta prevalência, as lesões nodulares são, em ampla maioria, diagnosticadas como benignas, assintomáticas e de baixo risco para câncer tireoidiano. Nódulos classificados como malignos, embora menos frequentes, demandam tratamento médico imediato. A ultrassonografia é o principal método de diagnóstico por imagem para avaliação de nódulos tireoidianos, orientando a necessidade de realização de punção aspirativa por agulha fina (PAAF) sempre que houver suspeita de malignidade. A amostra citológica obtida por PAAF é, então, avaliada com base nos critérios estabelecidos pelo Bethesda System for Reporting Thyroid Cytopathology, padrão para laudos em citopatologia de tireoide. Para além das sistematizações em perfis de benignidade e malignidade, contudo, existe ainda um considerável quantitativo de lesões nodulares classificadas como indeterminadas. A insuficiência de critérios citomorfológicos mais precisos e acurados, nesses casos, impede a diferenciação da lesão nodular em padrão benigno ou maligno, inviabilizando um diagnóstico conclusivo. Nesse sentido, a aplicação de técnicas moleculares e imunológicas, como a imunohistoquímica (IHQ), desponta como importante ferramenta diagnóstica para laudos citopatológicos inconclusivos. Dentre os marcadores em análise, as metaloproteinases de matriz (MMPs) se destacam por desempenhar importantes papéis em processos fisiopatológicos relacionados à tireoide. Desse modo, por meio da pesquisa, avaliação e sistematização de produções científicas nacionais e internacionais, publicadas entre os anos de 2017 e 2023, realizou-se um fichamento bibliográfico dos estudos selecionados. Baseando-se em metodologia de Revisão Sistemática da Literatura, objetivou-se revisar o “estado da arte” a respeito da associação entre nódulos tireoidianos (com ênfase em lesões indeterminadas), achados do exame ultrassonográfico e expressão de MMPs. Quanto aos resultados, observou-se correlação positiva entre lesões nodulares (benignas ou malignas) e diferentes padrões de expressão IHQ das MMPs, bem como entre os achados ecográficos do ultrassom e as lesões indeterminadas da tireoide. Contudo, em razão da escassez de estudos correlacionando as três temáticas de modo único e conjunto, não foi possível estabelecer uma associação robusta entre elas. Dessa forma, faz-se imprescindível o desenvolvimento de estudos aptos a investigar essa provável associação, no intuito de esclarecê-la e, assim, fortalecer a produção de ferramentas de maior acuracidade diagnóstica.